Sali Berisha, ex-Presidente e ex-primeiro-ministro, de 78 anos, estava a liderar uma marcha de centenas de manifestantes até à zona onde decorre a cimeira, acompanhado do ex-Presidente Ilir Meta, quando um homem avançou do meio da multidão e lhe deu um soco na cara.
Segundo a polícia, "o incidente ocorreu pelas 12:25 (11:25 em Lisboa)" e o agressor foi imediatamente dominado por guarda-costas, enquanto testemunhas relatavam ter visto Berisha com o rosto ensanguentado.
Não ficou imediatamente claro quem era o atacante ou qual a razão da agressão.
Num comunicado, a polícia indicou posteriormente que um suspeito de 31 anos que foi colocado sob custódia padecia de "problemas psiquiátricos" e tinha já anteriormente sido alvo de acusações envolvendo atos de violência e tráfico de droga.
A oposição estava a protestar contra a alegada corrupção do primeiro-ministro, Edi Rama, que também culpam pela crise económica no país e pelo êxodo de jovens albaneses que emigram para países da Europa ocidental em busca de uma vida melhor.
Berisha continuou a dirigir-se aos manifestantes e culpou diretamente o primeiro-ministro pelo ataque, dizendo que este queria impedir a oposição de realizar o protesto.
"Tratou-se de um ato criminoso promovido pela polícia do Estado", declarou.
Por seu lado, Rama condenou a agressão, afirmando que "a violência nunca foi, não é e nunca será o instrumento certo para resolver qualquer problema ou preocupação" e que a lei lidaria com o autor do ataque.
A Albânia assistiu este ano a um aumento de mais de 8% dos preços, especialmente de alimentos do cabaz básico e combustível, na sequência da invasão russa da Ucrânia.
O primeiro-ministro albanês sustenta que o seu Governo tem mantido a inflação baixa, comparada com a inflação de dois dígitos do resto da Europa, e tem sublinhado que o executivo subsidia a eletricidade para famílias e pequenas empresas.
O partido de Berisha tem sido palco de disputas internas, depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, o ter impedido, bem como aos seus familiares próximos, de entrar nos Estados Unidos no ano passado, devido a "atos de corrupção que minaram a democracia" durante o seu mandato como primeiro-ministro (2005-2013). O Reino Unido fez o mesmo, este ano.
Os líderes da UE e os seus homólogos dos Balcãs Ocidentais encontram-se hoje em Tirana para conversações destinadas a fortalecer a sua parceria, numa altura em que a guerra da Rússia na Ucrânia ameaça alterar o equilíbrio geopolítico na região.
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