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Declarar Rússia como estado terrorista? "Não está em discussão"

Ministro português dos Negócios Estrangeiros argumentou que possibilidade de considerar Rússia como um estado promotor do terrorismo é assunto do Parlamento Europeu, não da UE e "muito menos da NATO".

Declarar Rússia como estado terrorista? "Não está em discussão"

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, rejeitou que Portugal esteja a ponderar a consideração da Rússia como um "Estado promotor do terrorismo", apesar do apelo do presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal aos membros da Assembleia da República para tal, bem como da proposta do Chega no mesmo sentido.

"Isso é uma matéria que tem estado em discussão no Parlamento Europeu, não é uma discussão nem na mesa da União Europeia, muito menos na mesa da NATO, é um assunto que atualmente não está em discussão", vaticinou o ministro em Bucareste, na Roménia, onde os representantes da pasta dos Negócios Estrangeiros de cada membro da NATO estão reunidos.

A invasão russa da Ucrânia é o 'prato principal' do dia e, nesse âmbito, alguns dos homólogos de Gomes Cravinho na NATO já anunciaram reforços concretos ao apoio a Kyiv. A Eslováquia, por exemplo, vai doar 30 veículos de combate de infantaria.

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que Portugal vai reforçar efetivamente o apoio à Ucrânia sem, no entanto, esclarecer concretamente valores, que serão discutidos numa reunião ao nível dos ministros da Defesa.

"Estamos a corresponder aos nossos compromissos. Agora, a situação na Ucrânia tem de ter uma resposta imediata, que não tem a ver com metas de percentagem de PIB mas sim apoio político, militar, financeiro e humanitário", argumentou Gomes Cravinho, garantindo que Portugal tem estado a apoiar Kyiv "no quadro do que são os compromissos atuais" e respondendo a uma questão sobre a meta proposta pela NATO aos Aliados, que prevê que atinjam 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em despesas militares.

Confrontado com um eventual efeito nefasto da abertura de portas que a NATO fez, em 2008, à entrada Ucrânia e da Georgia, Gomes Cravinho afastou que essa situação possa estar ligada à invasão russa que começou a 24 de fevereiro. "Aquilo que julgo ter acontecido em 2008 é que vários, incluindo na altura a administração [George W.] Bush, procuraram promover a ideia da adesão da Ucrânia. Não se foi por esse caminho, manteve-se a ideia de portas abertas, ou seja, a possibilidade de adesão da Ucrânia à NATO num futuro que não tinha um horizonte temporal definido", argumentou o ministro.

"Penso que não há nenhuma justificação para a invasão da Ucrânia, não havia nenhum tipo de ameaça à segurança da Rússia, e aquilo que se fez em 2008 não constitui seguramente uma ameaça para a Rússia", realçou ainda.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países-membros da NATO estão reunidos em Bucareste, na Roménia, para discutir temas como a invasão russa da Ucrânia e o crescimento da China no panorama internacional.

A 24 de fevereiro, a Rússia deu início a uma invasão da Ucrânia, que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, entre elas mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus. Os dados são da ONU, que declarou esta como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo esses mesmos dados, contam-se, desde o início da guerra, pelo menos 6.655 civis mortos e 10.368 feridos.

[Notícia atualizada às 14h27]

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