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Europa tem que estar "preparada para mais refugiados" da Ucrânia

O secretário-geral da NATO admitiu hoje que a Europa tem que estar preparada para receber mais refugiados da Ucrânia, defendendo que a Rússia está a atingir infraestruturas críticas naquele país para infligir "o máximo sofrimento possível".

Europa tem que estar "preparada para mais refugiados" da Ucrânia
Notícias ao Minuto

11:27 - 29/11/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Claro que temos que estar preparados para mais refugiados atravessarem o resto da Europa. Isto é uma guerra, é uma guerra brutal e há um ataque deliberado a serviços críticos: aquecimento, luz, água, gás. E claro que o objetivo disso é infligir o máximo de sofrimento possível aos civis ucranianos para tentar quebrar o seu compromisso e a sua unidade contra a invasão da Rússia", declarou Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da NATO falava aos jornalistas à entrada da reunião do Conselho do Atlântico Norte, principal organismo de decisão política da NATO, que vai juntar hoje e quarta-feira ministros dos Negócios Estrangeiros no Palácio do Parlamento, em Bucareste, capital da Roménia.

O líder norueguês salientou que já milhões de pessoas se viram forçadas a abandonar a Ucrânia desde o início da guerra em fevereiro, muitas delas com destino à Roménia, país fronteiriço, "perto de três milhões", sublinhando a importância desta reunião ter lugar em Bucareste.

Stoltenberg mostrou-se "absolutamente certo" de que o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, "não vai ser bem sucedido" e que os civis, as forças armadas e os líderes ucranianos "não vão quebrar".

"Estes ataques brutais contra infraestruturas críticas civis só estão a encorajar os Aliados a fazer ainda mais, porque temos que garantir que a Rússia não ganha", vincou.

Nesta reunião em Bucareste, os ministros de Negócios Estrangeiros da NATO deverão acordar em aumentar o apoio não letal à Ucrânia, nomeadamente combustível, geradores ou material médico.

De forma individual, os aliados vão debater o fornecimento de sistemas de defesa antiaéreos que as forças militares ucranianas necessitam para se defenderem dos ataques aéreos que a Federação Russa tem intensificado nas últimas semanas.

Stoltenberg salientou que para além de fornecer sistemas de defesa antiaéreos é importante garantir que estes materiais têm tudo o que necessitam para funcionar.

O secretário-geral foi questionado sobre a polémica cimeira da NATO ao nível dos chefes de Estado realizada em 2008 também em Bucareste, há 14 anos, na qual os Aliados "abriram a porta" a uma eventual adesão da Ucrânia e Geórgia à NATO, o que gerou objeções por parte de Vladimir Putin, que estava presente nessa cimeira.

Stoltenberg respondeu que a porta para uma eventual adesão da Ucrânia continua aberta mas que a prioridade atual é apoiar o país no contexto do conflito.

Em declarações em antecipação desta reunião, na segunda-feira, o secretário-geral da NATO afirmou que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, "está a tentar utilizar o inverno como arma de guerra" contra a Ucrânia, após os ataques das últimas semanas contra infraestruturas energéticas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

[Notícia atualizada às 12h04]

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