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Investigações e processos contra Donald Trump continuam a acumular-se

O ex-presidente norte-americano Donald Trump enfrenta uma série de ações judiciais e investigações em acumulando nas últimas semanas, como a acusação de violação de uma jornalista ou alegados pagamentos a uma atriz pornográfica.

Investigações e processos contra Donald Trump continuam a acumular-se
Notícias ao Minuto

08:32 - 26/11/22 por Lusa

Mundo EUA

A cerca de dois anos das presidenciais de 2024, às quais será candidato, Trump enfrenta ações vastas em quantidade e em conteúdo, como processos civis decorrentes dos seus negócios pré-presidenciais, violações sexuais, tentativas de anulação dos resultados eleitorais de 2020 ou retenção ilegal de documentos confidenciais.

Eis uma lista das principais investigações em torno de Donald Trump:

*** O assalto ao Capitólio ***

Uma Comissão criada na Câmara dos Representantes, prestes a ser dissolvida pela nova maioria republicana, investiga o papel de Donald Trump no ataque dos seus apoiantes à sede do Capitólio norte-americano em 06 de janeiro de 2021, quando as autoridades eleitorais certificavam a vitória do seu adversário vencedor das eleições presidenciais, Joe Biden.

Em audiências com direito a transmissão televisiva em horário nobre, este painel mostrou "provas esmagadoras" de que Trump "orquestrou pessoalmente" um plano para reverter a sua derrota nas presidenciais de 2020, inclusive através da disseminação de alegações falsas de fraude eleitoral generalizada, "tentando corromper" o Departamento de Justiça e pressionando autoridades estaduais, membros do Congresso e o seu próprio vice-presidente para tentar mudar os resultados.

Além disso, a comissão avaliou que Trump "falhou no seu dever" como chefe de Estado durante o ataque.

Esta comissão, de maioria Democrata, convocou-o para depor, mas o Republicano entrou com uma ação judicial para escapar da intimação. Os membros devem, portanto, apresentar o seu relatório final até ao final do ano sem terem ouvido o magnata.

Nesse documento, a Comissão poderá recomendar a abertura de um processo contra Donald Trump.

O recém-nomeado procurador especial Jack Smith também investigará o papel do ex-presidente nas tentativas de anular os resultados das eleições presidenciais de 2020. No final da sua investigação, ele poderá recomendar ou não a acusação do magnata do setor imobiliário.

Mas a última palavra caberá ao procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, cujo gabinete já acusou mais de 870 participantes no ataque ao capitólio.

*** Os arquivos confidenciais da Casa Branca ***

Saindo da Casa Branca, Donald Trump levou consigo caixas inteiras de documentos. No entanto, uma lei de 1978 obriga qualquer Presidente norte-americano a transmitir todos os seus e-mails, cartas e outros documentos de trabalho para o Arquivo Nacional.

Em janeiro, Trump devolveu 15 caixas. Após uma investigação, a Polícia Federal estimou que o magnata provavelmente mantinha outros arquivos na sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Florida.

Nesse sentido, agentes do FBI realizaram uma vasta busca à mansão de Trump em 08 de agosto, com base num mandado de "retenção de documentos confidenciais" e "obstrução a uma investigação federal", e apreenderam cerca de trinta outras caixas.

Iniciou-se então uma intensa batalha legal para determinar a natureza dos documentos apreendidos, alguns deles marcados como "ultrassecreto", "secreto" ou "confidencial".

O procurador especial Jack Smith também terá que investigar este caso.

*** Assuntos financeiros em Nova Iorque ***

À frente da Justiça do estado de Nova York, Letitia James, uma democrata eleita, entrou com uma ação civil contra Donald Trump, os seus filhos e o seu grupo empresarial, a Trump Organization.

James acusa-os de terem manipulado "deliberadamente" as avaliações dos ativos do grupo - que incluem clubes de golfe, hotéis de luxo e outras propriedades - para obter empréstimos bancários mais vantajosos ou reduzir os seus impostos.

A procuradora-geral de Nova Iorque reivindica 250 milhões de dólares (240,3 milhões de euros) de indemnização em nome do Estado, além de proibições de administrar empresas para o ex-presidente e seus familiares.

A procuradoria de Manhattan está a investigar a componente criminal deste caso em paralelo. Vários membros da Trump Organization foram acusados e um julgamento começou no final de outubro. No entanto, não diz respeito diretamente ao ex-presidente.

*** Eleição de 2020 na Geórgia ***

Um procurador do estado da Geórgia investiga desde 2021 "tentativas de influenciar as operações eleitorais" deste estado do sul, vencidas por uma curta margem por Joe Biden em 2020.

Num telefonema, cuja gravação foi tornada pública, Donald Trump pediu a um alto funcionário local, Brad Raffensperger, que "encontrasse" quase 12.000 boletins de voto em seu nome.

Fani Willis, procuradora pública do Condado de Fulton, que inclui Atlanta, nomeou um grande júri para determinar se havia provas suficientes para indiciar o magnata do imobiliário. Willis já conseguiu recolher depoimentos importantes, em especial do seu ex-advogado pessoal Rudy Giuliani.

*** Violação sexual de jornalista há 30 anos ***

Na linha das acusações mais recentes contra Tump está a de violação sexual alegadamente cometida há quase 30 anos contra a jornalista e escritora E. Jean Carroll e que foi apresentada nesta quinta-feira.

Invocando a Lei de Sobreviventes Adultos de Nova Iorque, que entrou em vigor esta semana, a autora pede que o ex-Presidente seja julgado por um júri, por crime de lesões relacionadas com "violação e toque forçado", exigindo que Trump a indemnize pelos danos, com uma multa de valor indeterminado.

Carroll, 78 anos, já tinha apresentado uma queixa por difamação contra Trump, depois de este ter negado a acusação de violação, acusando-o de ter feito "falsas acusações", bem como comentários depreciativos sobre a sua aparência.

Na sua conta na rede social Twitter, a autora explicou que esta nova ação judicial pode "estragar o Dia de Ação de Graças (que se celebrou na quinta-feira nos EUA) ao ex-Presidente", mas alega que pode ser relevante "para todas as mulheres que foram agarradas, apalpadas, assediadas, beliscadas, empurradas, atacadas, desacreditadas ou arrastadas pela lama por um homem poderoso".

*** Pagamento secreto a atriz pornográfica ***

Ainda esta semana, o gabinete do novo procurador de Manhattan anunciou que vai voltar a investigar o papel de Donald Trump num pagamento secreto a uma atriz pornográfica, durante a campanha presidencial de 2016.

Na época, o Ministério Público investigou o pagamento secreto, em dinheiro, que a candidatura eleitoral de Trump fez à atriz pornográfica Stormy Daniels, para impedi-la de tornar pública uma alegada relação sexual com o então candidato presidencial, o que violaria a lei do estado de Nova Iorque.

Sob o comando do novo procurador de Manhattan, Alvin L. Bragg, o Ministério Público volta ao foco original da investigação, não sendo ainda conhecido se haverá novas acusações contra Trump.

Leia Também: Trump ainda não 'piou' no Twitter após autorização de Musk. Porquê?

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