Segundo a agência Associated Press (AP), depois deste anúncio, não foi possível obter imediatamente informações sobre as identidades dos ativistas ou quantos já foram libertados.
O membro do comité de perdão presidencial do Egito, Tarik el-Awady, referiu que os 30 ativistas políticos estavam em prisão preventiva e que enfrentavam acusações relacionadas com as suas opiniões.
El-Awady divulgou posteriormente fotografias, que descreveu como vários detidos a abraçar familiares e amigos no momento da libertação.
Desde 2013, o Governo do Presidente egípcio Abdel-Fattah el-Sissi reprimiu dissidentes e críticos, prendendo milhares, praticamente proibindo protestos e monitorizando as redes sociais.
A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch estimou em 2019 que cerca de 60.000 presos políticos estão detidos em prisões egípcias, muitos sem julgamento.
A questão do tratamento dos direitos humanos pelo Egito surgiu mais recentemente durante a organização por parte deste país da cimeira mundial do clima, durante duas semanas, no início do mês.
A conferência no destino balnear Sharm el-Sheikh, no mar Vermelho, foi em parte ofuscada pela greve de fome do dissidente político egípcio detido, Alaa Abdel-Fattah.
Com o início da COP27, Abdel-Fattah intensificou a sua greve de fome parcial de meses para interromper completamente a ingestão de calorias e também parou de beber água, num esforço para chamar a atenção para o seu caso e de outros semelhantes. Com o agravar da sua saúde, acabou por interromper o protesto, mas continua detido.
Nos meses que antecederam a cimeira, o Egito procurou retificar a sua imagem internacional, perdoando dezenas de prisioneiros e estabelecendo uma nova "estratégia" para melhorar o tratamento dos direitos humanos.
Organizações de defesa dos direitos humanos continuam céticas sobre se estas medidas se traduzirão em qualquer alteração duradoura, com a Amnistia Internacional a descrever esta postura como uma estratégia de "encobrimento brilhante" utilizada para negociar favores com governos estrangeiros e instituições financeiras.
Leia Também: Egito e Turquia querem novo 'começo' após aperto de mão no Qatar