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Egito e Turquia querem novo 'começo' após aperto de mão no Qatar

A Presidência egípcia destacou hoje que o aperto de mão "sem precedentes" entre os líderes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, selou o "início do desenvolvimento das relações" bilaterais após uma década de distanciamento.

Egito e Turquia querem novo 'começo' após aperto de mão no Qatar
Notícias ao Minuto

17:59 - 21/11/22 por Lusa

Mundo Egito

Erdogan, um grande aliado do falecido Presidente egípcio, Mohamed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, tinha garantido que "nunca" falaria com "alguém como" Abdel Fattah al-Sisi, que derrubou Morsi no golpe de Estado de 2013.

Morsi foi democraticamente eleito após a Primavera Árabe de 2011 ter levado ao fim do regime de Hosni Mubarak, que estava no poder há 30 anos. Seria derrubado num golpe militar em julho de 2013, depois de uma vaga de protestos, tendo ficado no cargo pouco mais de um ano.

O então chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa, o marechal Abdel Fattah al-Sisi, foi depois eleito Presidente, lançando depois uma campanha contra a Irmandade Muçulmana de Morsi, que seria ilegalizada.

Nos últimos meses, Ancara e Cairo parecem estar a iniciar um processo de distensão política.

Na semana passada, ao regressar da cimeira das principais economias mundiais (G20), na Indonésia, Erdogan disse que estava pronto para "começar do zero" com o Cairo.

No domingo, a Presidência turca publicou uma fotografia de Erdogan e al-Sisi, com os dois a sorrir e a apertarem as mãos durante a cerimónia de abertura do Campeonato do Mundo de Futebol, que começou no mesmo dia no Qatar, outro grande aliado de Morsi com quem o Egito se reconciliou recentemente.

"[Os dois Presidentes] reafirmaram a profundidade dos laços históricos entre os dois países e os dois povos" e decidiram "retomar o desenvolvimento das relações bilaterais", disse hoje o porta-voz da Presidência egípcia, Bassam Radi.

Recentemente, um jornalista egípcio próximo da Irmandade Muçulmana foi temporariamente preso na Turquia, o que levantou o receio dos muitos islâmicos que encontraram refúgio em território turco de uma possível extradição.

Ancara, um dos grandes apoiantes da Irmandade Muçulmana, e Cairo, que a considera uma organização "terrorista", apoiam, no entanto, campos opostos na Líbia.

A Turquia enviou assessores militares e 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) para as autoridades de Tripoli, reconhecidas pela ONU, enquanto o Egito apoia o marechal Khalifa Haftar, "homem forte" do leste do país.

Segundo o centro de análise política Carnegie -- Doações para a Paz Internacional, no plano económico e comercial, a Turquia e o Egito fortaleceram as trocas comerciais, que passaram de 4.400 milhões de dólares (4.300 milhões de euros, ao câmbio atual) em 2007 para 11.100 milhões de dólares (10.850 milhões de euros) em 2020.

Leia Também: COP27: ONG denuncia prisão de 419 pessoas no Egito desde 6 de novembro

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