EUA instam o Ruanda a tomar "medidas" para resolver o conflito na RDCongo

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apelou hoje ao Ruanda a tomar "medidas" que travem a escalada do conflito no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo) causado pelo movimento rebelde 23 de Maio (M23).

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Lusa
15/11/2022 10:40 ‧ 15/11/2022 por Lusa

Mundo

Antony Blinken

Blinken fez o pedido numa reunião bilateral com o ministro dos Negócios Estrangeiros ruandês, Vincent Viruta, à margem da cimeira do Grupo dos Vinte (G20, um grupo de países desenvolvidos e emergentes) em Bali, Indonésia.

"Salientei a profunda preocupação dos Estados Unidos com a violência contínua no leste da RDCongo e exortei o Ruanda a tomar medidas ativas para facilitar o seu abrandamento", disse Blinken na sua conta do Twitter.

Viruta, por sua vez, reiterou "o compromisso do Ruanda com os mecanismos regionais em Nairobi e Luanda para trazer paz e estabilidade ao leste da RDCongo e à região".

O chefe da diplomacia ruandesa salientou também "a necessidade de todas as partes envolvidas trabalharem para uma solução política da crise", num post partilhado na sua conta do Twitter.

Viruta, cujo país de origem não é membro do G20, está em Bali a acompanhar o Presidente ruandês Paul Kagame, que participa na cimeira como chefe do Comité de Orientação dos Chefes de Estado e de Governo da Agência de Desenvolvimento da União Africana (NEPAD).

Os combates entre o M23 e o exército congolês intensificaram-se de novo no final de outubro, após um período de tréguas.

Os combates, para além de terem causado dezenas de milhares de deslocados internos, levaram o M23 a controlar várias cidades na província do Kivu Norte e geraram uma crise diplomática em que a RDCongo acusa o Ruanda de apoiar o M23, uma alegação que o Governo ruandês sempre negou.

No entanto, um relatório confidencial de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no início de agosto, confirmou esta cooperação.

A RDCongo e o Ruanda insistem no diálogo para resolver a tensão crescente, com o apoio das negociações promovidas pela Comunidade da África Oriental (EAC) em Nairobi e pelo Presidente angolano e chefe da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (ICGLR), João Lourenço, em Luanda.

O M23 foi criado em 2012, quando soldados congoleses se revoltaram com a perda do poder do seu líder, Bosco Ntaganda, acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e devido a alegadas violações do acordo de paz de 23 de Março de 2009, após o qual o movimento é nomeado.

O grupo exigiu uma renegociação do acordo assinado pela guerrilha congolesa Congresso Nacional de Defesa do Povo (CNDP) para a sua integração no exército, a fim de melhorar as suas condições.

O CNDP, constituído principalmente por tutsis (um grupo que sofreu com o genocídio ruandês de 1994), foi formado em 2006 para - entre outros objetivos - combater os hutus das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), fundado em 2000 pelos líderes do genocídio e outros ruandeses exilados na RDCongo a fim de recuperarem o poder político no seu país.

O leste da RDCongo está mergulhado em conflito há mais de duas décadas, alimentado por milícias rebeldes e pelo exército congolês, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU, Monusco.

Leia Também: Blinken apela a Israel e Palestina para reduzirem tensão na Cisjordânia

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