A China condenou esta semana os planos dos Estados Unidos (EUA) para basear até seis bombardeiros de longo alcance na Base Aérea Real Australiana Tindal, no norte do país, argumentando que a medida minou a paz e a estabilidade regionais.
A China alertou também para uma potencial corrida ao armamento na região.
"Acho que todos precisamos de respirar fundo", disse hoje o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, em resposta a questões de jornalistas, avançou a agência de notícias AP.
O investimento multimilionário dos EUA naquele plano faz parte do Programa de Cooperação Aérea Aprimorada, que tem por base uma série de exercícios aéreos e atividades de treino entre os dois países, desde o início de 2017.
"Estamos a falar de um investimento dos EUA na infraestrutura de Tindal, que ajudará a tornar essa infraestrutura mais capaz também para a Austrália", disse Marles.
"Em termos de bombardeiros dos EUA, eles vêm para a Austrália desde a década de 1980. Eles treinam na Austrália desde 2005. Tudo isso faz parte de uma iniciativa que foi criada em 2017", acrescentou o governante, defendendo que a Austrália seria um "beneficiário significativo" da atualização daquelas instalações.
Segundo a AP, alguns críticos australianos argumentam que o aumento da presença dos B-52 no norte da Austrália, possibilitado pelas novas instalações, tornaria o país um alvo, em caso de guerra entre os EUA e a China.
O analista de estratégia e capacidade de desesa do Instituto de Política de Segurança Australiana Malcolm Davis apontou que a China e outros observadores estavam "a exagerar" o significado daquilo que foi proposto.
"[O plano de atualização] não é significativo em termos de 'hardware'. É significativo em termos de importância estratégica, por podermos apoiar mais facilmente os EUA nas suas operações na região", defendeu Davis.
Tindal, tal como as bases militares dos EUA no Pacífico em Guam, está ao alcance dos mísseis chineses de longa distância.
Leia Também: Austrália oferece 647 mil euros para localizar suspeito de homicídio