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China critica EUA sobre instalação de bombardeiros nucleares na Austrália
A China acusou na segunda-feira os Estados Unidos de minarem a paz e a estabilidade regionais, após informações de que o Exército norte-americano vai instalar até seis bombardeiros B-52 com capacidade nuclear no norte da Austrália.
© Reuters
Mundo Nuclear
Os Estados Unidos estão a preparar a construção de instalações próprias para receber os bombardeiros de longo alcance na Base Aérea Real Australiana Tindal, no Território do Norte, informou a cadeia televisiva Australian Broadcasting Corp.
Tindal fica a sul da cidade costeira de Darwin, onde milhares de soldados do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA passam cerca de metade de cada ano desde 2012, sob um acordo firmado entre os dois países.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, não respondeu diretamente, quando questionado na segunda-feira se os Estados Unidos estão a preparar o envio de bombardeiros para a Austrália.
"Nós cooperamos periodicamente com os nossos amigos e aliados Estados Unidos", disse Albanese.
A Força Aérea dos EUA disse à ABC que a capacidade de enviar bombardeiros para a Austrália "envia uma forte mensagem aos adversários sobre a nossa capacidade de projetar poder aéreo letal".
Questionado sobre o posicionamento de bombardeiros nucleares dos EUA na Austrália, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China Zhao Lijian disse que a cooperação em Defesa e segurança entre os países "não deve visar terceiros ou prejudicar os interesses de terceiros".
"O comportamento dos EUA aumentou as tensões regionais, minou gravemente a paz e a estabilidade regionais e pode desencadear uma corrida ao armamento na região", disse Zhao, em conferência de imprensa.
"A China insta as partes envolvidas a abandonarem a ultrapassada mentalidade da Guerra Fria e de 'tudo ou nada', e o pensamento geopolítico tacanho, e fazerem algo que conduza à paz e estabilidade regionais, e ao reforço da confiança mútua entre os países", acrescentou Zhao.
O líder da oposição australiana Peter Dutton, que era ministro da Defesa quando o seu governo conservador foi destituído do cargo em maio, saudou a perspetiva de bombardeiros B-52 terem uma presença regular na Austrália.
"Seria fantástico tê-los a circular com mais regularidade", disse Dutton, referindo-se aos bombardeiros. "Isto reforça a nossa posição de segurança num momento incerto".
Dutton disse que, quando estava no cargo, discutiu com as autoridades dos EUA a rotação de todos os aspetos da Força Aérea dos EUA no norte da Austrália.
"Defender [o norte da Austrália] e impedir qualquer país de agir contra nós é absolutamente essencial", disse Dutton. "Temos uma vulnerabilidade e é importante que tenhamos um relacionamento muito forte com os Estados Unidos (...) e todos os nossos aliados", acrescentou.
Leia Também: China felicita Lula e quer elevar laços bilaterais para novo patamar
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