Novo primeiro-ministro do Lesoto empossado no cargo
O novo primeiro-ministro do Lesoto, o magnata do setor diamantífero e novato na política Sam Matekane, a surpresa nas legislativas do início do mês, foi hoje empossado num estádio em Maseru, a capital do pequeno reino da África Austral.
© Getty Images
Mundo Lesoto
O empresário, de 64 anos, que chegou num Rolls Royce escoltado por cavalos e motos, disse no discurso que pretende cortar a despesa pública e prometeu publicar uma auditoria ao seu estilo de vida dentro de um mês, como parte do plano para "corrigir os erros históricos" do país.
"Proponho-vos um contrato social para tornar o Lesoto novamente grande", disse à multidão que se manifestou radiante e a quem prometeu "a estabilidade económica" e "acabar com a apropriação indevida endémica de fundos públicos".
Matekane foi nomeado primeiro-ministro pelo rei e formou um Governo de coligação, depois de o seu movimento Revolução pela Prosperidade (RFP), criado seis meses antes das eleições de 07 de outubro, conquistar 56 dos 120 assentos no parlamento.
Vários chefes de Estado da região, incluindo o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, estiveram presentes na cerimónia, assim como milhares de cidadãos comuns, vestidos com as cores do RFP e dos pequenos partidos que aderiram à coligação de Matekane.
"O forte vínculo das nossas duas nações baseia-se em laços familiares, numa língua partilhada, e História. Os nossos passados ??são inseparáveis ??e os nossos futuros estão interligados", disse Ramaphosa, cujo território rodeia completamente o pequeno reino, independente desde 1966.
Em declarações à AFP antes da eleição, Matekane, proveniente de uma modesta família camponesa, disse que queria revitalizar a economia e as infraestruturas do país, que está entre os mais pobres do planeta, e solucionar a dívida pública.
"O nosso país está a afundar-se: nós, empresários, devemos salvá-lo", disse, convencido de que administrar um Governo não é diferente de administrar uma empresa.
O Lesoto viveu uma longa instabilidade política marcada por uma sucessão de golpes e exílios forçados, e onde o rei Letsie III não tem poder, estando limitado à mera representação institucional.
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