Moscovo critica declarações de Zelensky sobre "ataques preventivos" da NATO
Moscovo criticou hoje duramente declarações do Presidente ucraniano por falar de "ataques preventivos" da NATO contra a Rússia, tendo Kiev esclarecido que Volodymir Zelensky se referia a sanções preventivas e não ataques nucleares.
© LUDOVIC MARIN/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia
"O que deve fazer a NATO? Eliminar a possibilidade de a Rússia utilizar armas nucleares. Mas, acima de tudo, faço novamente um apelo à comunidade internacional, como antes de 24 de fevereiro: ataques preventivos, para que saibam o que lhes irá acontecer se as utilizarem", disse hoje o líder ucraniano, numa videoconferência com o grupo de reflexão australiano do Lowy Institute.
O Presidente Ucraniano acrescentou que não se pode esperar por ataques nucleares russos e sublinhou ser necessário rever a forma como a NATO faz pressão.
Após estas declarações, o porta-voz de Zelensky, Sergei Nykyforov, explicou que as observações feitas pelo Presidente diziam respeito a sanções preventivas que poderiam ter sido decididas contra Moscovo antes da ofensiva de 24 de fevereiro, e não a ataques militares preventivos.
"O Presidente falou sobre o período anterior a 24 de fevereiro. Deveriam na altura ter sido tomadas medidas preventivas, de modo a não permitir que a Rússia começasse a guerra. Recordo que as únicas medidas que foram discutidas na altura foram sanções", sublinhou, no Facebook, Nykuforov, acrescentando que Kiev "nunca" apelaria para a utilização de armas nucleares.
As declarações foram criticadas por vários responsáveis russos.
"Tais declarações não são mais do que um apelo para iniciar uma nova guerra mundial, com consequências monstruosas e imprevisíveis", reagiu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela agência Ria Novosti.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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