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Já são conhecidos os três vencedores do Nobel da Química

Anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira e o Nobel da Química foi para Carolyn R. Bertozzi, Morten Meldal e K. Barry Sharpless. Este último torna-se na quinta pessoa a receber um Nobel por duas vezes.

Já são conhecidos os três vencedores do Nobel da Química
Notícias ao Minuto

10:48 - 05/10/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Prémios Nobel

Carolyn R. Bertozzi, da Universidade de Stanford, Morten Meldal, da Universidade de Copenhaga, e K. Barry Sharpless, do instituto Scripps Research, são os vencedores do Prémio Nobel da Química de 2022, pelo "desenvolvimento da química do clique e da química bioorthogonal".

É de sublinhar que K. Barry Sharpless se torna assim na quinta pessoa a receber dois prémios Nobel. Já tinha recebido o prémio Nobel da Química em 2001 e segue agora os passos de John Bardeen, Marie Skłodowska Curie, Linus Pauling e Frederick Sanger.

Johan Aqvist, presidente do Comité do Nobel de Química, disse que o prémio deste ano "trata-se de não complicar as coisas demasiado, mas trabalhar com o que é fácil e simples". "Moléculas funcionais podem ser construídas mesmo seguindo uma rota direta", disse.

A química de clique trata-se de uma classe de reações biocompatíveis de pequenas moléculas comumente usadas em bioconjugação, permitindo a união de substratos de escolha com biomoléculas específicas. Já a bioorthogonal, um termo cunhado pela própria Bertozzi, é uma reação química que pode ocorrer dentro de sistemas vivos sem interferir nos processos bioquímicos nativos. 

Barry Sharpless cunhou, por volta de 2000, o conceito de química do clique, "que é uma forma de química simples e confiável, onde as reações ocorrem rapidamente e os subprodutos indesejados são evitados", explicou a Academia sueca, em comunicado.

Pouco depois, Morten Meldal e Barry Sharpless – de forma independente – "apresentaram o que é hoje a joia da coroa da química do clique: a cicloadição azida-alcino catalisada por cobre. Esta é uma reação química elegante e eficiente" que é agora usada de forma generalizada. "Entre muitos outros usos, é utilizado no desenvolvimento de produtos farmacêuticos, para mapeamento de ADN e criação de materiais mais adequados à finalidade".

Carolyn Bertozzi "levou a química do clique a um novo nível. Para mapear biomoléculas importantes, mas evasivas, na superfície das células – glicanos – desenvolveu reações de clique que funcionam dentro de organismos vivos. As suas reações bioorthogonais ocorrem sem interromper a química normal da célula".

Estas reações são "usadas globalmente para explorar células e rastrear processos biológicos. Usando reações bioorthogonais, os investigadores melhoraram o direcionamento de medicamentos contra o cancro, que agora estão a ser testados em ensaios clínicos".

Em reação, Carolyn R. Bertozzi destacou a importância da química do clique na Medicina e na "administração de medicamentos", implicando fazer "química dentro de pacientes vivos para garantir que os medicamentos chegam ao sítio certo e não ao errado".

Numa chamada com o Comité, disse estar "absolutamente atordoada" com o prémio. "Ainda não tenho a certeza absoluta de que é real", admitiu aquela que é a oitava mulher cientista a receber o Nobel da Química.  

O prémio foi anunciado hoje em Estocolmo, na Suécia. A temporada de 2022 de anúncio dos prémios Nobel começou esta segunda-feira, com o de Medicina, e culmina a 7 de outubro com o da Paz, categoria este ano muito aguardada, em tempo de guerra na Europa. Pelo meio, serão atribuídos os galardões de Física (4 outubro), Química (5 outubro) e Literatura (6 setembro).

Os vencedores recebem um diploma, uma medalha de ouro e uma quantia em dinheiro, que este ano será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 919 mil euros) a dividir pelas várias categorias.

Veja aqui a cerimónia:

[Notícia atualizada às 11h36]

Leia Também: Nobel da Física vai para Alain Aspect, John F. Clauser e Anton Zeilinger

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