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EUA pedem à China "paz e estabilidade" no Estreito de Taiwan

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, falou hoje ao homólogo chinês, Wang Yi, sobre a necessidade de se preservar a "paz e estabilidade" no estreito de Taiwan, essencial para manter a segurança e prosperidade regional e global.

EUA pedem à China "paz e estabilidade" no Estreito de Taiwan
Notícias ao Minuto

21:59 - 23/09/22 por Lusa

Mundo Antony Blinken

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, a mensagem foi transmitida pessoalmente num encontro de cerca de hora e meia realizado hoje em Nova Iorque entre Blinken e Wang Yi, à margem da Assembleia Geral da ONU.

Segundo Price, e já sobre a questão da invasão russa da Ucrânia, o chefe da diplomacia norte-americana alertou o homólogo chinês contra as "implicações" de um apoio chinês aos ataques da Rússia a um país soberano".

Oficialmente, a China tem manifestado neutralidade, embora, com frequência, seja acusada pelo Ocidente de ser "demasiado conciliadora" com a Rússia, apesar de Washington tenha já expressado esperança numa neutralidade de Pequim após as declarações feitas pela China na ONU.

O chefe da diplomacia chinesa também se reuniu em Nova Iorque, igualmente à margem da Assembleia Geral, com o homólogo ucraniano Dmytro Kouleba, assegurando-lhe que Pequim tem apelado ao "respeito pela integridade territorial de todos os países".

Segundo um alto funcionário da administração norte-americana, que solicitou o anonimato e citado pela agência France-Presse (AFP), o encontro entre Blinken e Wang foi "extremamente sincero, construtivo e minucioso", o que ocorre numa altura em que os Estados Unidos estão a fazer todos os possíveis para manter abertos os canais de comunicação com Pequim.

Trata-se do primeiro encontro entre ambos desde a reunião realizada em julho, em Bali (Indonésia), onde os dois governantes manifestaram a intenção de renovar o diálogo.

Mas um mês depois, a presidente do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, efetuou uma visita a Taiwan, o que provocou a indignação de Pequim, que considera a ilha parte integrante da China, fazendo ressurgir as tensões entre os dois países.

Domingo passado, numa entrevista, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o país está pronto para intervir militarmente se a China recorresse à força em Taiwan, desviando-se, novamente, da ambiguidade estratégica norte-americana.

Quinta-feira, numa reunião destinada a apaziguar as tensões, Wang reuniu-se ainda em Nova Iorque com o enviado para as questões climáticas dos Estados Unidos, o ex-chefe da diplomacia norte-americana John Kerry, apesar de Pequim ter suspendido a cooperação nessa área como retaliação à visita de Pelosi a Taiwan.

Blinken manteve o encontro com Wang, dando sequência à abertura chinesa após o encontro com Kerry, apesar de ter aligeirado a agenda devido à morte, quinta-feira, do seu pai.

No entanto, num discurso proferido quinta-feira em Nova Iorque, Wang reiterou a indignação de Pequim pelo apoio dos Estados Unidos a Taiwan.

"A questão de Taiwan está a tornar-se o ponto mais tenso nas relações entre os Estados Unidos e a China. Se for mal gerido, pode causar uma devastação nas relações bilaterais", afirmou então Wang.

O chefe da diplomacia chinesa defendeu que os dois países "querem fazer funcionar o relacionamento Estados Unidos/China", mas sem confrontações, observando que Washington está a jogar politicamente em várias frentes ao mesmo tempo.

O Congresso norte-americano é um forte defensor de Taiwan, tendo aprovado recentemente um projeto de lei que prevê a primeira ajuda militar direta dos Estados Unidos a Taiwan.

Leia Também: EUA reafirmam política em relação a Taiwan depois de declarações de Biden

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