Ivan Pechorin, diretor administrativo da indústria de aviação da Corporação de Desenvolvimento do Extremo Oriente e do Ártico (ERDC), de 39 anos, é o mais recente magnata russo a morrer em circunstâncias consideradas como suspeitas desde o brotar do conflito na Ucrânia, alegadamente após ter caído de um barco a alta velocidade, perto da Ilha Russky, no sábado. O responsável é, assim, o 10.º oligarca a ser encontrado sem vida em contexto misterioso.
Pechorin e os amigos seguiam num passeio de barco, segundo o Pravda. O mesmo meio indica que o grupo estaria alcoolizado, tendo o magnata caído do convés da frente do barco.
Supõe-se que o homem se terá sentado numa rede decorativa, acabando por cair devido ao balanço da embarcação. A agência Nexta, por outro lado, indica que o oligarca terá caído devido a uma intoxicação por álcool.
O capitão terá tentado procurar Pechorin, mas sem sucesso. O corpo do oligarca viria ser encontrado dois dias depois, sendo levado para a costa do Cabo Staritsky, na Ilha Russky.
Another death of a top official in #Russia
— NEXTA (@nexta_tv) September 12, 2022
The body of Ivan Pechorin, the managing director of the Far East and Arctic Development Corporation's aviation industry, was found on Russky Island.
Pechorin, in a state of alcoholic intoxication, fell overboard a pleasure boat. pic.twitter.com/hiF7vXQtmF
“A morte de Ivan é uma perda irreparável para amigos e colegas, uma grande perda para a corporação. Oferecemos as nossas sinceras condolências à família e amigos”, lamentou a Corporação de Desenvolvimento do Extremo Oriente e do Ártico, citada pelo New York Post.
Dias antes, o responsável marcava presença no VII Fórum Económico Oriental, organizado pelo presidente russo, Vladimir Putin, que também estaria na conferência.
A morte de Pechorin acontece oito meses após o seu antigo chefe, Igor Nosov, ter sido vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), aos 43 anos.
São já dez os magnatas a morrer em contextos suspeitos desde o início do conflito, a 24 de fevereiro, a maioria dos quais ligados à indústria petrolífera e do gás.
Em setembro, a longa lista de oligarcas russos a morrer em circunstâncias atribuídas pelas autoridades a "suicídio", imediatamente antes e após a invasão da Ucrânia, aumentou com a morte de Ravil Maganov, presidente da petrolífera Lukoil, que havia lamentado "os trágicos acontecimentos na Ucrânia".
Por sua vez, Yury Voronov, de 61 anos, fundador e CEO da empresa de transporte e logística Astra-Shipping, que trabalhou com a Gazprom no Ártico, foi encontrado morto na piscina da sua casa, situada num subúrbio de luxo perto de São Petersburgo, com um ferimento de bala na cabeça, em julho.
Já em abril, os corpos do multimilionário Vladislav Avayev, da sua mulher Yelena, e da sua filha de 13 anos foram encontrados no 14.º andar de um complexo de luxo, em Moscovo. Todos terão sido fatalmente alvejados, tendo as autoridades levantado a hipótese de se ter tratado de um homicídio duplo, seguido de suicídio.
Poucos dias depois, Sergey Protosenya, de 55 anos, a sua mulher Natalya, de 53, e a filha Maria, de 16 anos, foram encontrados sem vida no apartamento de luxo onde viviam, em Lloret de Mar, em Espanha. Foi, também, equacionado que o homem terá assassinado a sua família com um machado, antes de se enforcar.
Em janeiro, o chefe do serviço de transportes da Gazprom Invest, Leonid Shulman, foi encontrado morto na casa de banho da sua casa, numa aldeia rural de luxo a 30 quilómetros a oeste de Morskiye Terrasy, na Rússia. O vice-diretor do centro de colonização da Gazprom, Alexander Tyulakov, foi encontrado sem vida na mesma aldeia, um mês mais tarde.
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