União Africana alarga mandato de enviado especial ao conflito no Tigray

A União Africana (UA) alargou o mandato do enviado especial ao Corno de África, Olusegun Obasanjo, que foi encarregado de prosseguir os esforços de paz na Etiópia após o reinício dos combates em finais de agosto.

Tigray

© EDUARDO SOTERAS/AFP via Getty Images

Lusa
10/09/2022 22:57 ‧ 10/09/2022 por Lusa

Mundo

Etiópia

A decisão, anunciada hoje pela organização, ocorre apesar de os rebeldes do Tigray terem recusado a mediação de Obasanjo para pôr fim à guerra contra as forças governamentais, em curso desde finais de 2020.

"Reiterei a minha total confiança nele e encorajei-o a continuar o seu compromisso com ambas as partes e com os atores internacionais para trabalhar em prol da paz e da reconciliação na Etiópia e na região", disse Moussa Faki Mahamat, chefe da Comissão da União Africana, no Twitter, após o seu encontro com Obasanjo.

Vários esforços diplomáticos estão em curso para encontrar uma solução pacífica para o conflito, após novos combates no norte da Etiópia no mês passado terem quebrado uma trégua estabelecida em março.

O Governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed insistiu que quaisquer conversações com os rebeldes devem ser conduzidas sob os auspícios da União Africana, que tem sede em Adis Abeba.

Mas a Frente de Libertação Popular do Tigray (TPLF) denunciou a "proximidade" do ex-presidente nigeriano Obasanjo ao líder etíope.

Faki Mahamat também se encontrou com o novo enviado dos EUA para o Corno de África, Mike Hammer, que está em visita a Adis Abeba, e ambos "concordaram com a necessidade de os parceiros internacionais apoiarem o processo liderado pela UA com as partes para pôr fim ao conflito na Etiópia", disse o líder da UA.

Os combates estalaram em várias frentes no norte da Etiópia, causando preocupação internacional e impedindo o fluxo de ajuda humanitária ao Tigray.

O líder da TPLF, Debretsion Gebremichael, propôs no início desta semana uma trégua condicional numa carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres.

Referiu que a trégua estava condicionada ao "acesso humanitário sem entraves" e ao regresso dos serviços essenciais à região do Tigray, que sofre de graves carências alimentares e de eletricidade, comunicações e serviços bancários.

Debretsion também apelou à retirada das forças eritreias de todo o território etíope e de Tigray. Até ao momento, o Governo etíope não comentou publicamente o pedido da TPLF.

A guerra começou em 04 de novembro de 2020, quando Abiy ordenou uma ofensiva contra a TPLF, que governava a região antes do início do conflito armado em resposta a um ataque a uma base militar federal e a uma escalada das tensões políticas.

Milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões foram forçados a fugir das suas casas devido à violência.

Leia Também: EUA na Etiópia para ajudar a procurar acordo de paz no país

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