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Africanos e afrodescendentes são "mais fortes quando trabalham juntos"

A primeira-ministra de Barbados defendeu que crises como a guerra na Ucrânia mostram ao mundo que os africanos e afrodescendentes são "mais fortes quando trabalham juntos" e que o mundo "não é tão justo como deveria ser".

Africanos e afrodescendentes são "mais fortes quando trabalham juntos"
Notícias ao Minuto

16:27 - 03/09/22 por Lusa

Mundo Barbados

"O movimento do pan-africanismo está vivo e bem há mais de um século. Lamentavelmente, houve quedas sérias nesse período. Mas penso que as crises nos mostraram que somos muito mais fortes quando trabalhamos juntos. A base da solidariedade é mesmo a união", disse Mia Amor Mottley à Lusa à margem do primeiro fórum afro-caribenho de investimento e comércio, que hoje termina em Barbados.

As memórias da escravatura, que ao longo de séculos retirou milhões de africanos do continente e assim deixou uma enorme diáspora africana espalhada pelo mundo, em especial nas Caraíbas e na América do Norte, foi um tema omnipresente ao longo de todo o AfriCaribbean Trade and Investment Fórum (ACTIF2022), que decorreu desde quinta-feira na capital de Barbados, Bridgetown.

Organizado pelo Afreximbank e o Governo de Barbados sob o lema "Um Povo. Um Destino. Unir e Reimaginar o nosso Futuro", o ACTIF2022 visa fortalecer os laços económicos entre África e as Caraíbas, região que a União Africana considera a sexta região de África.

Para Mottley, os africanos e afrodescendentes sentem que "o mundo não é tão justo como deveria ser".

"Lamentavelmente, muito dele ainda se encontra num contexto de ordem imperial e vemos que o maior exemplo disso está nas instituições financeiras internacionais, que demonstram uma disparidade", quando, por exemplo, o Gana e a Grécia têm o mesmo 'rating', mas pagam juros significativamente diferentes porque a União Europeia tem ativos seguros que a África e as Caraíbas ainda não desenvolveram.

A primeira-ministra de Barbados, país que em 2021 se tornou uma república, pondo fim a 55 anos de monarquia constitucional, com a Rainha Isabel II como chefe de Estado, lamentou que "quem, em última análise, controla a tomada de decisão desses órgãos são os países que refletem efetivamente uma realidade diferente" da atual.

"Quando as Nações Unidas foram formadas, a maioria dos nossos países não era independente. Mas agora somos. Então, porque ainda temos cinco membros permanentes no Conselho de Segurança? Porque temos um G20 que deixa de fora 1,3 mil milhões de pessoas em África? Porque temos um G7 que não inclui países que são representativos da raça africana? Essas são algumas das coisas que nos incomodam", afirmou.

Mia Amor Motley, reeleita em janeiro com uma vitória retumbante -- garantiu todos os 30 assentos parlamentares --, foi este ano escolhida como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.

Num texto sobre a governante caribenha para a edição da revista que traça o perfil dos 100 eleitos, a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, descreve-a como "corajosa, destemida e possuidora de um grande intelecto e sagacidade" e uma "política brilhante que sabe como agitar as coisas".

Leia Também: Primeira-ministra de Barbados confiante em ligações diretas para África

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