NATO avisa: Instalação de mísseis em Kaliningrado não reduz tensões

A NATO avisou hoje a Rússia de que o destacamento de aviões de combate armados com mísseis hipersónicos para o enclave de Kaliningrado não ajuda a reduzir as tensões geopolíticas e garantiu que defenderá "cada centímetro do território aliado".

PAGEGIAI, LITHUANIA - APRIL 16: A road sign directs traffic towards Kaliningrad on April 16, 2022 in Pagegiai, Lithuania. Russia's Kaliningrad exclave, on the shore of the Baltic Sea, is sandwiched between NATO members Lithuania and Poland and is the Balt

© Getty Images

Lusa
19/08/2022 18:09 ‧ 19/08/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Um porta-voz da NATO explicou à agência noticiosa Europa Press que Kaliningrado é uma "área altamente militarizada, inserida na escalada militar da Rússia junto às fronteiras da NATO", neste caso, próximo da Polónia e da Lituânia, ambos países-membros da aliança.

"A brutal agressão da Rússia contra a Ucrânia alterou a situação de segurança na Europa e é difícil ver como este destacamento pode ajudar a reduzir as tensões", afirmou o porta-voz.

A NATO recordou ainda que reforçou as suas capacidades de dissuasão e defesa no lado oriental e que está a acompanhar de perto a situação na região.

De acordo com o porta-voz, a organização internacional "defenderá cada centímetro do território aliado", em conformidade com a política aplicada nos últimos meses na Ucrânia, em que a NATO evitou a intervenção direta na Ucrânia, atribuindo aos membros a responsabilidade de enviar armas para Kiev e repelir a ofensiva russa.

Na passada quinta-feira, o Ministério da Defesa russo anunciou o envio de três caças MiG-31 com mísseis hipersónicos Kinzhal para o aeródromo de Chkalovsk, que permanecerão em "serviço de combate 24 horas por dia" como parte das medidas estratégicas adicionais de dissuasão, de acordo com uma declaração de defesa enviada à agência noticiosa russa TASS.

A Rússia afirma que o Kinzhal tem um alcance de até 2.000 quilómetros e voa a 10 vezes a velocidade do som, dificultando a intercetação.

Estes mísseis de última geração têm sido usados para atingir vários alvos na Ucrânia, país que a Rússia invadiu a 24 de fevereiro.

O anúncio surge na sequência de críticas e ameaças de Moscovo a países que têm feito entregas de armas à Ucrânia, incluindo a Polónia e as nações do Báltico.

Segundo a Rússia, as entregas de armas pelos Estados Unidos e seus aliados para defesa da Ucrânia "prolongam o conflito" do país que invadiu.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.514 civis morreram e 7.698 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 176.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: Lituânia suspende trânsito de mercadorias russas após atingirem limite

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