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Concentração recorda 10.º aniversário do massacre de Marikana

Milhares de pessoas concentraram-se hoje em Marikana, na África do Sul, para assinalar o 10.º aniversário do massacre de mineiros em greve, no que foi a mais dramática intervenção policial após o fim do regime de 'apartheid'.

Concentração recorda 10.º aniversário do massacre de Marikana
Notícias ao Minuto

18:44 - 16/08/22 por Lusa

Mundo Marikana

Em 16 de agosto de 2012, uma multidão de trabalhadores da mina de platina, alguns armados com armas brancas e lanças, tomou posição nas colinas de Marikana, para exigirem aumentos salariais e habitações condignas.

Com o aumento da tensão no protesto, a polícia abriu fogo e 34 mineiros foram mortos e 78 ficaram feridos.

Alguns dos mineiros foram baleados pelas costas.

O massacre de Marikana foi precedido por dias de violência nos quais outras 10 pessoas foram mortas, incluindo polícias e seguranças.

Reunidos hoje nas colinas rochosas de Marikana, familiares das vítimas exigiram justiça e mineiros com camisolas do sindicato de mineiros AMCU, cantaram e dançaram durante as comemorações, brandindo bastões.

"Quem mandou a polícia matar os nossos homens?", questionou uma representante das viúvas dos mineiros mortos, que pediu para não ser identificada, defronte de um cartaz em que se podia ler "Sem justiça, sem prisão".

Uma investigação oficial questionou as "táticas policiais" empregadas no dia do massacre no local, a noroeste de Joanesburgo de onde dista a mais de uma hora de carro.

Um grupo de polícias foi investigado, mas nenhum agente foi condenado até agora, embora mais de 4,5 milhões de euros de indemnização tenham sido pagos às famílias, muitos processos ainda estão pendentes, segundo a Procuradoria-Geral da República.

Na concentração de hoje, Mzoxolo Magidiwana, um dos mineiros em greve na época que escapou com nove tiros, disse estar convencido de que "no final, a verdade virá à tona".

Uma comissão de inquérito inocentou altos funcionários do governo. Assim como o atual Presidente, Cyril Ramaphosa, que na época era membro do conselho de administração da Lonmin, empresa que explorava a mina, acusado de ter defendido uma intervenção policial quando a greve degenerou.

Apelando para a criação de um memorial, o advogado que representa as vítimas do massacre, Dali Mpofu, disse na concentração de hoje que os responsáveis "devem pedir desculpa".

Desde 2012, "os salários aumentaram 86,5%" no setor mineiro, disse em comunicado o Conselho Sul-Africano de Minerais, que representa as empresas mineiras, prometendo que os eventos de Marikana "não voltarão a acontecer".

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