Oficiais russos receberam, ao longo das últimas semanas, formação em território iraniano como parte de um acordo de venda de drones entre os dois países, segundo a informação avançada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, aqui citado pela Reuters.
A este propósito, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, disse aos jornalistas, durante uma conferência de imprensa na quinta-feira, que militares russos tinham sido submetidos, "nas últimas semanas", a formações no Irão acerca da utilização de drones.
A mesma fonte ressalvou ainda que os Estados Unidos da América vão "aplicar vigorosamente" sanções ao comércio de armas russo e iraniano, na sequência deste acordo. Segundo Patel, as transferências de drones entre os dois países são "potencialmente sancionáveis" por parte de "numerosas autoridades".
"Continuamos incrivelmente preocupados com a utilização e proliferação de VANT (veículos aéreos não tripulados) por parte do Irão", acrescentou ainda o mesmo porta-voz norte-americano. Até porque, justificou, eles "têm sido utilizados para atacar as forças dos Estados Unidos da América, os nossos parceiros na região, e entidades de navegação internacional".
Estas declarações surgem depois de, no mês passado, funcionários do governo norte-americano terem adiantado que Washington tinha informações de que o Irão se estava a preparar para fornecer à Rússia até várias centenas de unidades de drones - e ainda que alguns oficiais russos tinham visitado o Irão para observar drones com capacidade de ataque.
A alegação suscitou preocupações de que o Irão, que forneceu drones aos seus aliados no Médio Oriente, estava agora também a dar apoio à Rússia no contexto da sua invasão sobre a Ucrânia.
Na altura, a informação tinha sido negada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian - inclusive numa chamada telefónica com o homólogo ucraniano.
Leia Também: Rússia não apoia desmilitarização em torno da central de Zaporíjia