Diretor dos serviços secretos demite-se em escândalo com líder político

O diretor dos serviços secretos gregos, Panagiotis Kontoleon, demitiu-se hoje na sequência de um suposto escândalo de espionagem a um líder político e a um jornalista com o 'spyware' Predator, anunciou o Governo de Atenas.

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Lusa
05/08/2022 12:47 ‧ 05/08/2022 por Lusa

Mundo

Grécia

"O diretor dos Serviços Nacionais de Inteligência Panagiotis Kontoleon apresentou a demissão [...], que foi aceite pelo primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis", refere o Governo um comunicado.

A demissão de Panagiotis Kontoleon, nomeado em agosto de 2019 para o cargo alguns dias após a eleição do partido Nova Democracia (ND, direita) de Kyriakos Mitsotakis, ocorre algumas horas depois da de Grigoris Dimitriadis, secretário-geral do gabinete do primeiro-ministro e sobrinho deste último.

As demissões ocorrem uma semana após a revelação da tentativa de vigilância a Nikos Androulakis, líder do Kinal-Pasok (socialista), terceiro partido parlamentar, através da utilização do Predator, o que causou indignação na Grécia.

Trata-se do terceiro caso de suposta vigilância na Grécia em menos de um ano: em abril, Thanassis Koukakis, um jornalista grego especializado em assuntos financeiros, entrou com uma ação legal na justiça, denunciando o ataque ao telefone de trabalho através do Predator.

Dois meses antes, em fevereiro, a suposta escuta telefónica dos serviços secretos a outro jornalista de investigação a questões de migração foi levada ao Supremo Tribunal de Justiça grego.

Nos três casos, o Governo descartou "qualquer envolvimento do Estado".

Por sua vez, o secretário-geral do primeiro-ministro foi acusado pela imprensa de investigação grega de "envolvimento" no "escândalo" da suposta "ação de espionagem" feita a Nikos Androulakis e Thanassis Koukakis.

Os 'sítios' de investigação de notícias Reporters United e Inside revelaram recentemente que o agora ex-secretário-geral "está ligado a pessoas física e juridicamente envolvidas direta ou indiretamente no caso de escutas telefónicas".

Desenvolvido inicialmente na Macedónia do Norte, país que faz fronteira com a Grécia, pela empresa Cytrox, e depois em Israel, o 'spyware' Predator consegue entrar num telefone alvo e aceder às mensagens e conversas do utilizador, segundo os especialistas.

Leia Também: Grécia ordena restituição de petróleo do Irão apreendido a pedido dos EUA

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