O primeiro-ministro da Hungria disse, esta quinta-feira, que era impossível a Ucrânia vencer a Rússia com a estratégia atual da NATO, nomeadamente em relação ao armamento.
"Desta maneira a guerra não pode ser vencida", afirmou Viktor Orbán numa declaração conjunta com o chanceler austríaco, Karl Nehammer, citado pela CNN.
Orbán explicou que, a seu ver, a estratégia aplicada pelos países pertencentes à Aliança e o seu apoio no que diz respeito ao armamento e ao treino "mostrou até agora que não vai resultar em sucesso".
"Sem mudança de estratégica, não vai haver paz", assegurou o governante, defendendo que sem paz "toda a União Europeia (UE) vai ser arrastada para a guerra". Recorde-se que o representante húngaro foi o único que se opôs ao acordo alcançado esta semana para a redução do consumo de gás natural, de acordo com fontes citadas pela Reuters.
Efeito dominó?
Juntamente com o chanceler da Áustria, Orbán defendeu a ideia de que o embargo ao gás da Rússia é um "muro" e reiteraram que não concordavam com esta medida.
"Erguemos agora um muro, e esse muro chama-se embargo ao gás russo. Sugiro à UE que não martelemos nesse muro", afirmou. Também Nehammer sublinhou que uma embargo "não era possível".
"Não é apenas porque nós [Áustria] somos dependentes do gás russo. A indústria alemã também é dependente do gás russo. E se a indústria alemã colapsar, a austríaca vai atrás", disse o governante austríaco, sublinhando que a situação poderá resultar em "imenso desemprego".
"Há muitos anúncios da Comissão Europeia, mas pouco a ser implementado", apontou o chanceler", notando que uma plataforma comum para adquirir gás "é agora mais importante do que nunca".
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