"Foi formada uma equipa de trabalho muito boa. Neste trabalho e nesta equipa, o negociador chefe fez um primeiro contacto com o homólogo chinês do Ministério do Comércio para estabelecer um cronograma", explicou Francisco Bustillo, citado pela agência noticiosa Efe, que se encontrou com o diretor-geral para a América Latina e Caraíbas do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Cai Wei.
Quando questionado sobre a possibilidade de todos os países do Mercosul avançarem juntos num acordo de livre-comércio com o gigante asiático, o chefe da diplomacia do Uruguai disse que continuará a negociar, como já anunciado pelo Presidente do país, Luis Lacalle Pou.
"Estamos a dar passos nesta direção e (...) prevemos que, a dada a altura, os restantes Estados-membros do Mercosul se juntem a estas negociações", acrescentou.
De acordo com o ministro uruguaio, Montevideu espera concluir o acordo durante o mandato deste Governo, que termina em 01 de março de 2025.
Ainda sobre a possibilidade de os países do Mercosul avançarem num possível acordo de livre-comércio, Bustillo considerou que tal poderá acontecer a diferentes velocidades.
"O Mercosul já deu um número infinito de flexibilidades, uma das quais é precisamente o tempo de negociação. Neste sentido, não estamos fechados à possibilidade de podermos concluir o nosso acordo de livre comércio com a China e, depois, outros países aderirem em alturas e ritmos diferentes", concluiu.
Já Cai Wei referiu que a sua visita à capital do Uruguai lhe permitiu perceber "a vontade firme de a comunidade uruguaia reforçar as relações com a China".
"A China, como forte defensora do comércio livre, está disposta a negociar e assinar acordos de livre-comércio com todos os países interessados", acrescentou.
A reunião entre os dois responsáveis decorreu na Torre Executiva, na capital uruguaia, e contou com a presença da ministra da economia, Azucena Arbeleche, e do secretário da Presidência do país, Álvaro Delgado.
No passado dia 13, Lacalle Pou anunciou que o Uruguai e a China iam iniciar negociações para a assinatura de um acordo de livre-comércio, depois de uma conclusão "positiva" constar de um estudo de viabilidade que está a ser realizado pelos dois países.
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