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Itália/Crise. Mais uma deputada abandona o partido de Berlusconi

A deputada Annalisa Baroni tornou-se hoje a mais recente baixa no partido Força Itália, de Silvio Berlusconi, depois do grupo partidário ter contribuído para a crise política que na passada semana derrubou o Governo de coligação de Mario Draghi.

Itália/Crise. Mais uma deputada abandona o partido de Berlusconi
Notícias ao Minuto

14:32 - 25/07/22 por Lusa

Mundo Itália

Vários elementos que integravam a equipa governativa de Draghi abandonaram o partido em protesto nos últimos dias, como foi o caso do ministro da Função Pública, Renato Brunetta, e da ministra de Assuntos Regionais, Mariastella Gelmini.

A ministra para o Sul, Mara Carfagna, também estará a preparar a saída do partido, segundo a agência italiana Ansa.

"A posição adotada pelo partido na crise do Governo foi desconcertante", disse Baroni.

"Nunca esperei que a Força Itália (FI) roubasse ao Movimento 5 Estrelas [M5S, anti-sistema] e a [o líder do M5S, Giuseppe] Conte a responsabilidade de derrubar o executivo, condenando o país à instabilidade. Já não me identifico com este partido, que tem apoiado [o líder da Liga, extrema-direita) Salvini e o seu populismo", disse Baroni, para justificar o abandono do grupo partidário.

Na passada sexta-feira, Silvio Berlusconi disse que foi Draghi quem decidiu "o caminho das eleições" antecipadas ao não aceitar um novo Governo sem o M5S.

"Foi pedido um pacto de Governo, mas Draghi escolheu o caminho do voto", disse Berlusconi numa entrevista publicada no jornal de que é dono, Il Giornale, e na qual explicou que foi instado a "refazer um pacto de Governo, sob a liderança de Draghi, numa base nova, coerente e solidária".

A dissolução do parlamento e o consequente término da atual legislatura em Itália, que tem agora marcadas eleições antecipadas para 25 de setembro, é o epílogo de dois pedidos de demissão por parte de Draghi, que continua no cargo de primeiro-ministro até à formação de um novo Governo.

Draghi presidiu a uma coligação de unidade nacional nos últimos 17 meses, desde fevereiro de 2021, quando foi indicado para gerir a crise da pandemia de covid-19 e a recuperação económica do país, após a queda do seu antecessor, Giuseppe Conte, líder do M5S, que agora esteve na base da atual crise política.

A coligação foi apoiada por praticamente todos os partidos com assento parlamentar, da esquerda à extrema-direita, exceto pelo movimento ultranacionalista Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni.

No passado dia 14 de julho, Draghi anunciou que não queria continuar a governar sem o apoio do M5S, quando este partido se absteve num primeiro voto de confiança.

Nessa altura, o Presidente italiano, Sergio Mattarella, rejeitou o pedido de renúncia e pediu a Draghi para tentar novas soluções políticas, com o devido apoio no parlamento.

Na semana passada, Mario Draghi venceu uma segunda moção de confiança, mas perdeu o apoio de três dos partidos que apoiavam a sua coligação - o M5S, o Força Itália e a Liga - o que justificou uma nova visita ao Presidente, para lhe reiterar o pedido de demissão, que foi aceite, levando à antecipação das eleições.

Leia Também: Itália. Partido Democrático assume rutura com Movimento 5 Estrelas

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