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Podemos não ter tudo o que pedimos ao G20, mas esperamos "alguma coisa"

O diretor da Divisão de Integração Regional e Comércio da Comissão Económica das Nações Unidas para África admitiu hoje que não espera receber tudo o que pediu ao G20, mas garantiu esperar "alguma coisa".

Podemos não ter tudo o que pedimos ao G20, mas esperamos "alguma coisa"
Notícias ao Minuto

16:58 - 20/07/22 por Lusa

Mundo UNECA

"Se vão aceder ou não, só o G20 saberá, mas se o princípio da solidariedade continua a ser o que norteia as relações internacionais, então penso que vamos conseguir ter alguma coisa", disse Stephen Karingi, quando questionado pela Lusa sobre os pedidos feitos ao grupo das 20 nações mais industrializadas.

Numa carta enviado aos ministros das Finanças do G20, que se reuniram na semana passada em Bali, os ministros das Finanças africanos pediram, entre outras coisas, uma nova emissão de Direitos Especiais de Saque no valor de 650 mil milhões de dólares (637 mil milhões de euros), a entrada permanente no G20, o alargamento do alívio da dívida por mais dois anos e mais rapidez nos desembolsos financeiros do Fundo Monetário Internacional.

"O G20 tem de urgentemente mobilizar todos os mecanismos disponíveis de financiamento para salvar vidas e fortalecer a estabilidade financeira e social; não podemos ser mais claros sobre a urgência com que temos de lidar com a crise alimentar, e pedimos um apoio imediato de liquidez igual à resposta global durante a pandemia de covid-19 para ajudar a apoiar as nossas economias", lê-se na carta enviada aos líderes do G20.

Assinada pelos ministros das Finanças do Senegal, Egito e Gana, a missiva deixa clara a urgência do pedido de ajuda e lembra que a situação de crise no continente "não é o resultado de más decisões macroeconómicas por parte dos países africanos", mas sim o resultado de três crises sucessivas: covid-19, aumento dos preços dos alimentos, fertilizantes e energia e subida das taxas de juro, o que tem um impacto muito significativo na dívida e no enfraquecimento das moedas africanas.

"Dada a maneira como estão a decorrer os processos, África ainda não recebeu a retransmissão dos DES [que cabem aos países mais ricos] como devia ter acontecido, e por isso estamos a pedir uma nova emissão devido a termos uma crise em cima de outra crise", explicou o responsável pela Integração Regional e Comércio na UNECA.

"O pedido está em cima da mesa, e vem dos governos africanos, não vejo razão para não concordarem", acrescentou.

As respostas à Lusa foram feitas no âmbito de uma conferência online que decorreu hoje a partir de Adis Abeba, e que debate o impacto da guerra na Ucrânia sobre as economias africanas, principalmente no que diz respeito ao aumento dos preços da energia, fertilizantes e alimentos, três matérias primas essenciais para os países africanos, que já de si enfrentavam uma situação financeira difícil, na ressaca da covid-19.

"Estamos muito confiantes que o G20 pode não dar tudo o que pedimos, mas podem responder a alguma coisas; não é um país que tem de responder à crise, tem de ser um esforço concertado, um Plano Marshall [para África], e temos de garantir que metemos pressão suficiente para ter uma resposta", acrescentou, por seu turno, o diretor do Centro Africano de Estatísticas da UNECA, Oliver Chinganya.

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