O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apelou, esta quarta-feira, a que a Rússia cesse a deportação "ilegal" de ucranianos para aquele país, citando relatórios que indicam que Moscovo colocou crianças ucranianas para adoção e fez "desaparecer" milhares de outras.
"A transferência ilegal e deportação de pessoas protegidas é uma violação grave da IV Convenção de Genebra sobre a proteção de civis, e é um crime de guerra", apontou, citado pela agência Reuters.
Blinken indicou ainda que Moscovo está "deliberadamente a separar crianças ucranianas dos seus pais, e a sequestrar outras de orfanatos antes de as colocar para adoção na Rússia", além de estar a "deter ou a fazer desaparecer milhares de civis ucranianos que não passam pela 'filtragem'".
"Estimativas de várias fontes, incluindo do governo russo, indicam que as autoridades russas interrogaram, detiveram e deportaram à força entre 900 mil e 1,6 milhões de cidadãos ucranianos, incluindo 260 mil crianças, de suas casas para a Rússia - muitas vezes para regiões isoladas no Extremo Oriente", complementou.
Já na rede social Twitter, o responsável reiterou a mensagem.
"A Rússia deve interromper imediatamente as suas operações sistemáticas de 'filtragem' na Ucrânia, que supostamente fizeram desaparecer, detiveram ou deportaram à força cerca de 1,6 milhões de ucranianos inocentes, incluindo 260 mil crianças", acusou.
Russia must immediately halt its systematic “filtration” operations in Ukraine, which have reportedly disappeared, detained, or forcibly deported from their homes approximately up to 1.6 million innocent Ukrainians, including 260,000 children.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) July 13, 2022
Desde o início da invasão, a 24 de fevereiro, que a Rússia rejeita atacar civis, alegando oferecer ajuda humanitária a quem deseje sair da Ucrânia. Contudo, dados revelados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos dão conta de 5.024 vítimas mortais entre os civis ucranianos, incluindo 343 menores, além de 11.544 feridos, dos quais pelo menos 357 eram crianças.
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