Papa diz que América Latina "ainda é vítima do imperialismo explorador"

A América Latina continua "vítima de imperialismos exploradores" e deve continuar "a trabalhar pela sua união", sonho inicial da sua independência, disse sexta-feira o papa Francisco, estabelecendo também uma distinção entre "povos e populismos".

Notícia

© Grzegorz Galazka/Archivio Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio via Getty Images

Lusa
02/07/2022 06:13 ‧ 02/07/2022 por Lusa

Mundo

Papa

 

"dummyPub">

"A América Latina ainda está neste caminho lento, de luta, do sonho de San Martín e Bolívar [pais das independências latino-americanas] pela unidade da região", declarou o pontífice em entrevista à agência estatal argentina Telam, a partir da sua residência no Vaticano.

A região "sempre foi vítima, e será vítima até que seja completamente libertada, dos imperialismos exploradores. Todos os países têm isso", disse o papa, sem citar países ou outras entidades.

"Não quero mencioná-los, porque são tão óbvios que todos os veem", acrescentou.

Questionado sobre as mudanças políticas no continente, com fórmulas políticas em vários países que ilustram uma rejeição ao neoliberalismo, o papa referiu-se ao sonho de San Martín e Bolívar, que "é uma profecia, o encontro de todo o povo latino-americano, além da ideologia, com soberania".

"Devemos trabalhar para alcançar a unidade latino-americana. Onde cada povo se sinta bem com sua identidade e, ao mesmo tempo, precise da identidade do outro. Não é fácil", salientou.

Francisco, de 85 anos, que no próximo ano vai completar 10 anos de pontificado, fez uma espécie de balanço do seu trabalho, garantindo não ter "inventado nada", mas apenas "implementado o que foi pedido por todos".

Por outro lado, o papa argentino sente que deixou a sua própria "marca", de uma "Igreja latino-americana [que] tem uma história de proximidade com o povo", "uma Igreja popular, no verdadeiro sentido do termo".

Nesta Igreja, historicamente, "houve tentativas de formatar ideologias, como (...) a análise marxista da realidade para a Teologia da Libertação", analisou.

"Foi uma instrumentalização ideológica, uma forma de libertação -- digamos assim -- da Igreja popular latino-americana. Mas os povos são uma coisa e o populismo é outra", apontou.

O papa foi questionado sobre a sua saúde durante a entrevista, já que as especulações sobre uma possível renúncia foram revividas nos últimos meses, em particular pela dor no joelho que o obrigou a adiar uma viagem à África -- embora tenha confirmado uma viagem ao Canadá no final de julho.

"Ainda vamos ter papa Francisco por um tempo?", perguntou o jornalista da Telam.

"Cabe ao que está acima dizer", respondeu Francisco, referindo-se a Deus.

Leia Também: Papa Francisco lamenta "ataques bárbaros" russos sobre a Ucrânia

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas