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Ministro das Finanças búlgaro vai formar governo após nova crise política

O Presidente da Bulgária encarregou hoje o ministro das Finanças para tentar formar um novo governo, quatro dias depois do reformista pró-ocidental Kiril Petkov se ter demitido após a aprovação de uma moção de censura no parlamento.

Ministro das Finanças búlgaro vai formar governo após nova crise política
Notícias ao Minuto

19:25 - 01/07/22 por Lusa

Mundo Bulgária

Asen Vassilev, do partido Continuemos a Mudança (PP), força política de Petkov, tem agora sete dias para tentar ultrapassar a mais recente crise política no país eslavo e ortodoxo, membro da União Europeia (UE) e da NATO e envolvido em crescentes tensões com a Rússia.

Antes de entregar o mandato, o Presidente Rumen Radev avisou que a Bulgária "está em crise política, económica e social".

"Aguardo por soluções adequadas e a defesa do interesse nacional para construir uma Bulgária livre, democrática e próspera Bulgária", acrescentou.

Vassilev, que frequentou a universidade norte-americana de Harvard, deve submeter a sua proposta de gabinete ao Presidente Radev e de seguida enfrentar um voto de confiança num parlamento composto por 240 lugares.

Até ao momento assegurou o apoio de um dos parceiros de coligação de Petkov, mas vai necessitar de um consenso mais alargado para garantir uma maioria parlamentar.

No dia 22 de junho, seis meses após tomar posse, o Governo de coligação minoritário liderado por Petkov foi derrubado por uma moção de censura no parlamento.

A iniciativa partiu do GERB, o antigo partido no poder de Boiko Borissov -- que acusou o Governo de ter uma política económica e orçamental insuficiente -- e dos seus aliados das Forças Democráticas Unidas e ainda do Movimento pelos Direitos e Liberdades (que representa a minoria turca) e dos nacionalistas pró-russos do Vazrajdane (Renascimento).

Previamente, Petkov tinha perdido a sua maioria após a rutura de um parceiro de coligação, que exprimiu as mesmas preocupações relacionadas com a situação económica do país balcânico.

Vassilev foi mandatado para formar um novo executivo em substituição de Petkov, cujo partido foi o mais votado nas legislativas de dezembro, pelo facto de um outro parceiro de coligação também ter deixado de o apoiar devido a uma disputa com a Rússia.

Esta semana, Petkov ordenou a expulsão de 70 funcionários diplomáticos russos, acusados de "trabalharem contra os interesses búlgaros", exacerbando as tensões entre os dois países, que mantêm laços históricos muito próximos.

Ainda hoje, a embaixadora da Rússia em Sófia admitiu o encerramento da sua embaixada no país, após a recusa da Bulgária em reverter a sua decisão de expulsar os 70 membros do pessoal diplomático russo.

"Infelizmente, o nosso apelo ao Ministério dos Negócios Estrangeiros foi ignorado", lamentou Eleonora Mitrofanova, numa mensagem publicada na rede social Facebook.

"Assim, tenho a intenção de abordar sem demora com os dirigentes do meu país a questão do encerramento da embaixada da Rússia na Bulgária, que conduzirá inevitavelmente ao [encerramento] da missão diplomática búlgara em Moscovo", declarou.

Na quinta-feira, a embaixadora tinha emitido um ultimato ao governo cessante búlgaro, pedindo que "renunciasse às expulsões até ao meio-dia de hoje".

Caso contrário, "Moscovo tomará medidas drásticas. Isto não pode ficar sem consequências (...). As relações diplomáticas podem mesmo ser rompidas", advertiu Mitrofanova na televisão pública búlgara BNT.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, interrogado sobre a possibilidade de encerramento da embaixada, e citado pelas agências noticiosas russas, afirmou que a questão será "examinada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e se necessário levada até ao Presidente" Vladimir Putin.

Leia Também: Embaixadora da Rússia na Bulgária ameaça encerrar relações diplomáticas

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