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Tiroteios e jovens americanos. "Estava no 3.º ano e pensei que ia morrer"

O tiroteio na escola primária Robb, em Uvalde, Texas, foi há um mês.

Tiroteios e jovens americanos. "Estava no 3.º ano e pensei que ia morrer"
Notícias ao Minuto

13:33 - 24/06/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Tiroteios EUA

Um mês depois de Salvador Ramos, um jovem de 18 anos, ter entrada na escola primária Robb, em Uvalde, no Texas, e ter matado 21 pessoas - entre as quais, 19 crianças - o tema sobre o controlo do uso de armas continua a ser um tema central nos Estados Unidos.

O limite e condições sobre o uso de armamento tem vindo a ser mais discutido nas últimas semanas. A par das discussões, também os tiroteios em massa no país continuam, com a publicação USA Today a registar episódios desde de maio.

Na véspera do tiroteio de Uvalde, que foi o mote para voltar a colocar a discussão em cima da mesa - com a eventualidade de chegar  um acordo bipartidário -, o país volta a perder a esperança numa mudança para um maior controlo quando o Supremo Tribunal dos Estados Unidos declarou que o porte de armas em público é um direito fundamental dos cidadãos. Numa população dividida entre o uso e a proibição ou maior controlo de armas, está um camada que tem vindo a ser muito afetada com tiroteios em escolas - os jovens. Que têm eles a dizer?

Darni Horna-Baxter, 15 anos, Chicago

Darni Horna-Baxter, que agora vive em Chicago, Illinois, tinha cinco anos quando 20 crianças e seis funcionários da sua escola primária foram mortos durante um tiroteio, em Newtown, Connecticut. A jovem, agora com 15 anos, estava no 1.º ano e era aluna da escola Sandy Hook, onde, em 2012, ocorreu um dos tiroteios mais mortíferos do país. 

"O ano passado trouxeram duas armas para a minha escola", disse, explicando que uma foi usada para agredir uma pessoa e o gatilho da segunda acabou por não ser premido porque um estudante avisou a polícia. "Penso no que poderia ter acontecido. Já não me sinto segura. A primeira coisa em que penso quando vejo uma sala de aula é em como é que posso sair dali", confessou à publicação.

Audrey Bruden, 17 anos, New Jersey

Audrey Bruden contou à publicação que viu as primeiras notícias sobre o tiroteio em Uvalde e pensou logo que num dia se encontra na escola "e no outro não se sai".

"Precisamos de mais leis e mais restrições", defendeu. "É de loucos. Podes comprar uma arma aos 18 anos. Tenho 17 agora. Para o próximo ano posso potencialmente comprar uma arma e isso é de loucos porque mal vou ser adulta", notou, acrescentando que a idade mínima para comprar uma arma deveria ser 21. "Ouvi dizer que não se pode alugar um carro até ter 25 anos então estou confusa", rematou.

Isabella Garcia-Ipolito, Virgínia

Após o tiroteio de Uvalde, Isabella Garcia-Ipolito organizou, no estado norte-americano da Virgínia, uma manifestação a favor de uma revisão da lei que permite que o uso de armas.

"Eu rezo para que o país acorde e que diga que as vidas das pessoas são mais importantes do que o direito de usar armas", referiu, explicando que este é um assunto que não deveria estar politizado como está. "Não é sobre os Democratas e os Republicanos. É sobre segurança pública", reiterou.

Recordou a altura em que andava no 3.º ano e que esteve "durante horas" na sua sala de aula devido a um tiroteio no bairro vizinho. "Lembro-me de olhar pela janela e ver carros a entrar na escola. Os meus únicos pensamentos foram de medo. Estava no 3.º ano e estava a precipitar-me para um canto e a pensar que ia morrer", referiu.

A USA Today traz também uma carta enviada ao Senado por uma criança de dez anos. "Queridos legisladores: acho que deveria ser preciso fazer uma avaliação psicológica para ter uma arma nos Estados Unidos", começa por escrever Remington Brenner, acrescentando: "As razões [para a avaliação] são a redução dos tiroteios em massa, homicídios e para a segurança das pessoas".

"Algumas família deixam as crianças na escola e nunca mais os abraçam novamente", rematou.

Leia Também: Uvalde. Polícia afastado de funções por atraso na resposta a tiroteio

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