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Etiópia. Testemunhas denunciam mais de 200 mortos em ataque étnico

Diversas testemunhas na Etiópia indicaram hoje que mais de 200 Amhara, um grupo étnico local, foram mortos num ataque na região etíope de Oromia e acusaram um grupo rebelde local, que negou qualquer envolvimento.

Etiópia. Testemunhas denunciam mais de 200 mortos em ataque étnico
Notícias ao Minuto

19:02 - 19/06/22 por Lusa

Mundo Etiópia

Em caso de confirmação, trata-se de um dos mais mortíferos ataques nos tempos mais recentes, e quando se agravam as tensões étnicas no segundo país mais populoso de África.

"Contei 230 corpos. Receio que seja o mais mortífero ataque contra civis a que assistimos até agora", disse à agência noticiosa Associated Press (AP) Abdul-Seid Tahir, um habitante da região de Gimbi, após ter escapado ao massacre no sábado.

"Estamos e enterrá-los em valas comuns e ainda estamos a recolher corpos. Chegaram agora unidades do exército federal, mas receamos que os ataques prossigam quando partirem", afirmou ainda.

Outra testemunha, que apenas se identificou como Shambel, disse que a comunidade Amhara da região está agora a tentar recolocar-se noutro local "antes que aconteçam novas matanças". Disse ainda que os Amhara estão instalados nessa área há 30 anos na sequência de um programa de reinstalação e que agora estão a ser "mortos como galinhas".

As duas testemunhas acusaram o Exército de Libertação Oromo (OLA) pelos ataques. Através de uma declaração, o governo regional de Oromia também acusou o OLA, ao indicar que os rebeldes atacaram "após serem incapazes de resistir às operações das forças de segurança [federais]".

Um porta-voz do OLA, Odaa Tarbii, negou as alegações.

"O ataque a que se referem foi cometido pelo regime militar e milícias locais quando se retiravam do seu campo em Gimbi na sequência da nossa recente ofensiva", disse numa mensagem enviada à AP.

A Etiópia tem registado um aumento das tensões étnicas em diversas regiões, na maioria motivadas por injustiças históricas ou conflitos políticos. O povo Amhara, o segundo maior grupo étnico entre os mais de 110 milhões de habitantes da Etiópia, têm sido alvo de frequentes ataques em regiões como Oromia.

A Comissão etíope de direitos humanos, designada pelo Governo central, apelou hoje ao executivo de Abiy Ahmed para encontrar uma "solução duradoura" para evitar a morte de civis e protegê-los dos ataques.

Leia Também: Pelo menos 40 mortos em confrontos na Etiópia

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