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Assange vai recorrer de extradição para EUA. "Até que seja feita justiça"

A esposa do jornalista garantiu que serão usados todos os recursos possíveis para evitar a extradição do jornalista para os Estados Unidos, decisão anunciada esta sexta-feira pelo governo britânico.

Assange vai recorrer de extradição para EUA. "Até que seja feita justiça"
Notícias ao Minuto

15:22 - 17/06/22 por Teresa Banha

Mundo Julian Assange

A esposa de Julian Assange garantiu, esta sexta-feira, que o jornalista vai recorrer para evitar a extradição para os Estados Unidos (EUA), decisão anunciada esta manhã pela ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel.

"Vamos lutar contra isto. Vamos usar todos os recursos possíveis", disse Stella Assange, durante uma conferência de imprensa, citada pela Reuters. "Vou lutar pelo Assange enquanto estiver acordada até que ele seja livre. Até que seja feita justiça", rematou, à porta do edifício deste ministério.

O jornalista é acusado de 18 crimes pelas autoridades dos EUA, onde poderá enfrentar uma pena de até 175 anos. Sobre o fundador do WikiLeaks recaem queixas de espionagem, relacionadas com a divulgação de informação militar confidencial norte-americana. De acordo com Washington, a revelação dessas informações colocaram muitas vidas em perigo.

De acordo com a Reuters, o ministério do Interior britânico não considerou que esta extradição fosse incompatível com o cumprimentos dos direitos humanos. O ativista, de 50 anos, tem agora dias para recorrer ao Supremo Tribunal de Londres. Esta instância não é, no entanto, a última opção, podendo ainda o jornalista recorrer ao Supremo Tribunal do Reino Unido e,  em último caso, ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

"Não estamos no fim da linha", sublinhou Stella, que considerou que a decisão do ministério do Interior era "um dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica". A também ativista considerou que esta foi "uma decisão travesti".

Assange não era para ser, inicialmente, extraditado, tendo alegado que este processo o colocaria em risco de suicídio, caso fosse condenado e colocado numa prisão de alta segurança.

A decisão acabou por tomar um rumo diferente depois de os responsáveis dos Estados Unidos darem garantias de segurança, incluindo a possibilidade de este cumprir uma pena de prisão na Austrália, onde nasceu. 

Um antigo responsável britânico pelos processos de extradição disse à Reuters que muitos veredictos eram alterados após os recursos, e que, neste caso, Assange poderia alegar que a sua extradição estava relacionada com motivações políticas - devido à fuga de informações que põem em causa decisões militares - e levar novas provas, como as alegações de que a CIA o queria assassinar. Recorde-se que a CIA não reagiu às acusações feitas por Assange. "Acho que pode conseguir alguma tração", disse Nick Vamos.

Também a secretária geral da Amnistia Internacional (AI), Agnès Callamard, lamentou em comunicado a decisão assinada por Priti Patel

"Permitir que Julian Assange seja extraditado para os Estados Unidos pode colocá-lo perante um grande risco e envia um 'recado arrepiante' aos jornalistas de todo o mundo", disse a responsável pela AI.

Em reação à ordem de extradição, o portal WikiLeaks já considerou que se trata "de um dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânicas".

"Qualquer pessoa, neste país, que se preocupe com a liberdade de expressão deve estar profundamente envergonhada com o facto de a ministra do Interior ter aprovado a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, um país que planeou assassiná-lo", refere o comunicado divulgado pelo portal WikiLeaks. 

Leia Também: China defende política de 'zero casos' após alerta de embaixador dos EUA

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