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Etiópia. MSF alertam para "emergência nutricional de proporções enormes"

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou hoje para o risco de uma "emergência nutricional de proporções enormes" na região etíope de Afar, onde as admissões hospitalares por desnutrição quadruplicaram nos últimos meses.

Etiópia. MSF alertam para "emergência nutricional de proporções enormes"
Notícias ao Minuto

21:15 - 16/06/22 por Lusa

Mundo Etiópia

"No hospital Dupti, o único centro médico de referência que ainda está em funcionamento em toda a região de Afar, estamos a ver como as crianças chegam depois de terem feito viagens muito longas e extremamente difíceis", alertou o coordenador de emergência dos MSF no país, Raphael Veicht.

Segundo a organização, pelo menos 35 crianças com sintomas de desnutrição morreram nas últimas oito semanas neste hospital, mais de dois terços das quais "menos de 48 horas após o internamento", devido ao estado "tão avançado" de debilidade em que chegaram à unidade de saúde.

Segundo Raphael Veicht, o recente conflito na região, o reduzido acesso a cuidados médicos, a falta de água e de alimentos e a insuficiente ajuda humanitária são alguns dos fatores que estão a contribuir para a "grave situação em Afar".

A região do Corno de África também sofre uma seca devastadora -- a pior em quatro décadas -- que já levou mais de 23 milhões de pessoas a enfrentarem "fome extrema" na Etiópia, Somália e Quénia, segundo um relatório publicado em maio pelas organizações Save the Children e Oxfam.

A MSF estima que apenas 20% das instalações médicas de Afar ainda estejam em funcionamento, depois de muitas terem sido saqueadas, abandonadas ou terem ficado sem recursos suficientes para assistência à população.

O hospital Dupti, que é apoiado pela organização, serve uma população total de 1,1 milhões de pessoas, incluindo centenas de milhares de deslocados.

A Etiópia mergulhou num novo conflito no final de 2020 entre as forças do governo e as da região etíope do Tigray.

A guerra começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra o TPLF - o partido que governava a região de Tigray - em resposta a um ataque a uma base militar federal e após uma escalada de tensão política.

Atualmente, cerca de 9,4 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária em Tigray e nas regiões vizinhas de Amhara e Afar, segundo as Nações Unidas.

Além disso, milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões tiveram de fugir das suas casas devido à violência.

Leia Também: Pelo menos 40 mortos em confrontos na Etiópia

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