Justiça angolana "andou atrás dos ladrões de galinhas" durante anos
O Presidente angolano, João Lourenço, afirmou hoje que o poder político não condiciona a liberdade de atuação dos tribunais em Angola, que deixaram de estar "amordaçados" e perseguir apenas "ladrões de galinhas".
![Justiça angolana "andou atrás dos ladrões de galinhas" durante anos](https://media-manager.noticiasaominuto.com/960/38492696.jpg)
© Lusa
![Notícias ao Minuto](https://cdn.noticiasaominuto.com/img/equipa/pessoa/lusa.png)
Mundo João Lourenço
João Lourenço, que deu hoje uma entrevista coletiva a 12 órgãos de comunicação social angolanos, disse que não pretende desistir da luta contra a corrupção e que há ainda "muita coisa para recuperar".
Afirmou que existe hoje um quadro "completamente diferente" da justiça que durante muitos anos "andou atrás apenas dos ladroes de galinhas", o que mudou de um dia para o outro, desde que foi eleito em 2017.
"Se formos analisar sobretudo os casos que passaram pelo Tribunal Supremo, é uma nova realidade que antes era impensável. Era impensável que determinadas figuras se pudessem sentar na barra dos tribunais", sublinhou.
Para o Presidente da Republica, "isso só demonstra que os tribunais têm muito mais independência e liberdade de ação, senão continuariam amordaçados pelo poder político que diria 'não mexe aqui, não mexe ali' ou 'não mexe neste ou naquele'".
"O poder político não está a agir assim, a nossa justiça tem toda a liberdade de atuar", sublinhou, apontando o caso Lussati, que envolveu figuras ligadas à sua Casa Militar, como exemplificativo da não interferência.
"No caso do saque que envolveu figuras da própria Casa Militar, nunca ninguém pensou que o poder político deixasse que a justiça avançasse com esse caso e esse caso não está esquecido, não está congelado, vai vir a público muito em breve e depois, seja o que Deus quiser", disse o chefe do executivo angolano, garantindo a intenção firme de combater a corrupção, sem interessar quem sejam os visados.
"A justiça não está a ser seletiva está a bater à porta daqueles em relação aos quais têm a presunção de que há crime até prova em contrário", reforçou.
RCR // VM
Lusa/Fim
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com