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Chefe da polícia não tinha rádio durante massacre em escola do Texas

A agência estatal que investiga o tiroteio mortal numa escola primária em Uvalde determinou que o chefe da polícia, acusado de uma resposta lenta, não utilizou o rádio enquanto o massacre decorreria, revelou esta sexta-feira um senador do Texas.

Chefe da polícia não tinha rádio durante massacre em escola do Texas
Notícias ao Minuto

04:40 - 04/06/22 por Lusa

Mundo Uvalde

O senador estatal Roland Gutierrez referiu à agência Associated Press (AP), numa breve entrevista telefónica, que um funcionário do Departamento de Segurança Pública do Texas lhe disse que o chefe da polícia do distrito escolar, Pete Arredondo, estava sem rádio durante o ataque de 24 de maio.

O tiroteio foi executado por um atirador solitário na Robb Elementary School, no Estado norte-americano do Texas, e resultou na morte de 19 crianças e de duas professoras e causou ainda 17 feridos.

As autoridades não precisaram como é que Pete Arredondo comunicou durante o incidente com os outros polícias no local, incluindo os mais de uma dúzia de polícias que esperaram do lado de fora da sala de aula onde o atirador se escondeu.

Este chefe da polícia dirige o pequeno departamento do distrito e esteve responsável pela resposta de várias agências ao tiroteio.

O rádio em parte incerta é mais um detalhe para juntar às preocupações sobre a intervenção policial durante o tiroteio e o porquê destes não terem confrontado o atirador mais rápido, mesmo quando os pais das crianças já se encontravam no lado de fora da escola e pediam aos polícias para intercederem.

O Departamento de Justiça já divulgou que está a analisar a resposta das forças de segurança.

O foco nos últimos dias virou-se para o chefe da polícia, depois de Steven McCraw, chefe do Departamento de Segurança Pública do Texas, ter afirmado que Arredondo acreditava que o tiroteio ativo tinha-se transformado numa situação de reféns.

Segundo este responsável, Arredondo tomou "a decisão errada" ao não dar 'luz verde' para os polícias invadirem a sala de aula mais rapidamente para enfrentarem o atirador.

Gutierrez, senador estatal que representa Uvalde, referiu na quinta-feira que Arredondo não foi informado das comunicações telefónicas em pânico para o número de emergência por parte de vários estudantes presos na sala de aula onde o atirador se escondeu.

O democrata chamou esta situação uma "falha do sistema".

Segundo os especialistas, os rádios da polícia são uma fonte crucial de comunicação em tempo real, para onde muitas vezes são comunicadas as chamadas de emergência.

Continua por ser esclarecido quem é que no local estava a par destas ligações telefónicas.

O autor do massacre na escola primária em Uvalde, Salvador Ramos, de 18 anos, passou cerca de 80 minutos dentro daquele espaço, e decorreu mais de uma hora desde que os primeiros policias o seguiram até ao edifício e até ser morto pelas autoridades, segundo uma linha do tempo oficial.

Durante este espaço de tempo, oficiais de outras agências pediram ao chefe da polícia que os deixasse entrar, porque as crianças estavam em perigo, segundo dois polícias que falaram à AP sob condição de anonimato.

Uma equipa tática da Patrulha de Fronteira dos EUA usou a chave de um funcionário da escola para destrancar a porta da sala de aula e matar o atirador, adiantou Steven McCraw.

O debate sobre o controlo das armas de fogo foi novamente reativado nos Estados Unidos após este massacre.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, pediu na quinta-feira ao Congresso para agir no controlo de armas de fogo e proibir a venda de armas de assalto a particulares.

"Devemos revogar o escudo de responsabilidade que muitas vezes protege os fabricantes de armas de serem processados pela morte e destruição provocadas pelas suas armas. São a única indústria neste país que tem esse tipo de imunidade", disse o chefe de Estado norte-americano.

Leia Também: Pai de menina morta em Uvalde quer saber mais sobre fabricante da arma

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