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Índia considera "infeliz" relatório dos EUA sobre liberdade religiosa

O governo indiano classificou hoje como "infeliz" o relatório anual dos EUA sobre a liberdade religiosa no mundo, que denuncia um aumento da violência contra as minorias religiosas neste subcontinente, liderado por Narendra Modi, do partido nacionalista hindu BJP.

Índia considera "infeliz" relatório dos EUA sobre liberdade religiosa
Notícias ao Minuto

22:09 - 03/06/22 por Lusa

Mundo Índia

infeliz que a política com motivos eleitorais se pratique nas relações internacionais", considerou, em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Arindam Bagchi, em resposta a solicitações da comunicação social sobre o documento apresentado na quinta-feira pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

O porta-voz apelou aos EUA para que evitem "as avaliações baseadas em contributos parciais e pontos de vista enviesados", ao considerar que os comentários sobre a Índia no documento foram feitos por funcionários norte-americanos "mal informados".

"Como uma sociedade plural, a Índia valoriza a liberdade religiosa e os direitos humanos" disse, contrapondo a sua preocupação com "os ataques por motivos raciais e étnicos, os crimes de ódio e a violência armada" nos EUA.

O Relatório sobre Liberdade Religiosa Internacional apresentado na quinta-feira alertou para o aumento de ataques às minorias religiosas e aos lugares de culto na Índia, baseando-se em informação e dados disponibilizados por várias organizações não-governamentais (ONG) e pelas próprias autoridades indianas.

Assim, os dados da Agência indiana de Registo de Crimes (NCRB, na sigla em Inglês) indicam quase uma duplicação dos casos de violência comunitária em apenas um ano, ao passarem de 438 casos reportados em 2019 para 857 em 2020.

A ONG cristã Open Doors denunciou por seu lado que a violência e a pressão contra os féis desta religião e outras minorias na Índia é "muito alta" e "em todas as instâncias", com os radicais hindus a procurarem "anular a sua presença no país".

O documento do Departamento de Estado conta também com o contributo do Centro da Índia da Universidade Central da Florida (UCF), que destacou um aumento dos ataques violentos contra os cristãos, com 486 em 2021, depois dos 279 de 2020.

A Human Rights Watch (HRW), por seu lado, assinalou que o governo de Modi "adotou leis e políticas que discriminam as minorias religiosas, especialmente os muçulmanos", com alguns líderes do BJP a "denegrirem" abertamente as minorias sem serem contrariados ou desautorizados.

O relatório inclui também os ataques feitos por separatistas na Cachemira indiana, que têm como alvo os imigrantes pertencentes às minorias hindu e sikh em esta região de maioria muçulmana.

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