"Estimamos que as receitas adicionais dos hidrocarbonetos podem chegar a um bilião de rublos, de acordo com as previsões feitas com o Ministério do Desenvolvimento Económico", disse o ministro das Finanças russo, Anton Silouanov, numa entrevista televisiva.
"Se colocarmos parte desse dinheiro de petróleo e gás nas nossas reservas, este ano, ele será totalmente gasto. Isso vai permitir que reformados e famílias com filhos recebam mais, e ainda a realização da operação especial. Temos recursos", acrescentou o governante.
A Rússia está atualmente a recolher receitas recorde pelas suas vendas de hidrocarbonetos, ainda amplamente ilesas das sanções impostas a Moscovo pelo conflito na Ucrânia, graças principalmente ao preço muito alto do gás.
Os 27 Estados-membros da União Europeia estão a tentar reduzir a sua dependência dos hidrocarbonetos russos, mas até agora não conseguiram chegar a um acordo para uma cessação gradual das compras de petróleo da Rússia, estando a Hungria a bloquear um projeto de embargo àquele combustível.
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 92.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou na quinta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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