Os 17 cadáveres, já em decomposição, alguns deles decapitados, foram encontrados na quinta-feira por militares que patrulhavam as margens do rio Ituri em direção ao morro Balakima, no território de Irumu, disse à agência de notícias francesa, AFP, Dieudonné Malangay, membro da sociedade civil da autarquia local.
"Até agora, são 17 pessoas, algumas encontradas numa canoa e outras (...) no mato, bem próximo do rio. É difícil identificar as vítimas pelo estado dos corpos, mas devem ser civis feitos reféns que foram mortos por rebeldes da ADF (Forças Democráticas Aliadas)", adiantou.
"Será necessária a perícia de serviços especializados para entender completamente as circunstâncias da sua morte", afirmou Malangay.
"De acordo com o Exército, que fez a descoberta, há 17 corpos. Vamos lá para verificar esta informação" e para realizar os enterros, declarou, por seu lado, David Beiza, presidente da Cruz Vermelha local.
O território de Irumu, no sul de Ituri, localizado na fronteira com a província de Kivu do Norte, é alvo de frequentes e violentos ataques do grupo ADF, apresentado pelo grupo terrorista Estado Islâmico como sua filial na África Central.
O último grande ataque atribuído a este grupo remonta a meados de maio, quando pelo menos 20 civis foram massacrados na aldeia de Monge.
Mais ao norte, no território de Djugu, pelo menos nove pessoas foram mortas na quinta-feira por supostas milícias de outro grupo armado, a Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), durante um ataque à vila de Soba, disseram à AFP Pilo Mulindo e Charité Banza, o responsávela da autarquia e o presidente da sociedade civil em Bahema-norte.
Considerado um dos grupos armados mais mortíferos do leste da RDCongo, o Codeço estrutura-se em torno de uma seita religiosa e afirma defender os interesses dos Lendu, uma comunidade de Ituri.
Ituri e Kivu do Norte estão sob cerco há um ano, uma medida excecional, que substituiu a administração civil pelo exército e pela polícia, mas até agora não conseguiu acabar com a violência.
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