Cerca de 1.400 sudaneses vivem desde 2017 no centro que abriga pessoas que pedem asilo ao país, fugidos da insegurança e da escravidão na Líbia, segundo as autoridades. Este centro fica localizado a cerca de 10 quilómetros de Agadez.
Na quarta-feira, houve "uma manifestação destes requerentes de asilo" e "infelizmente lamentamos dois feridos do lado das forças de segurança e uma morte do lado dos requerentes de asilo", declarou o autarca de Agadez, Abdourahamane Tourawa, à agência France-Presse.
"Houve alguns danos", os manifestantes "queimaram o posto de controlo e o meio de transporte dos agentes de segurança, e a enfermaria" do campo, segundo o mesmo responsável.
O jornal 'online' Air-Info, com sede em Agadez, publicou imagens de tendas carbonizadas, onde até ali viviam refugiados daquele campo.
As causas da manifestação e as circunstâncias da morte de um dos asilados sudaneses ainda são desconhecidas.
Os requerentes de asilo manifestam-se "regularmente, sobretudo quando sabem que há missões que vêm averiguar a sua situação ou as condições em que se encontram", referiu o autarca.
Entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, manifestaram-se por vários dias em frente ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em Agadez, exigindo que o processamento dos seus pedidos fosse acelerado e feito o seu encaminhamento para a Europa.
Depois de serem devolvidos ao acampamento pela polícia, incendiaram a enfermaria e quase todos os abrigos do acampamento, antes de atacar as forças de segurança que os escoltaram com vários projéteis, o que provocou pelo menos dois feridos.
Cerca de 335 requerentes de asilo foram então detidos e colocados em prisão preventiva.
Em fevereiro de 2020, cem foram condenados entre seis a 12 meses de prisão suspensa por um tribunal de Agadez, na sequência de um julgamento por "rebelião" e "incêndio".
Centenas de refugiados, especialmente etíopes e eritreus, que vivem em Niamey, foram reassentados na França, Suíça, Países Baixos, Suécia e Finlândia.
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