"Se a Ucrânia falhar, a Eslováquia será a próxima", diz primeiro-ministro
O primeiro-ministro eslovaco emitiu um aviso severo sobre o futuro do seu país, caso a Rússia vença a Ucrânia.
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Mundo Ucrânia/Rússia
O primeiro-ministro eslovaco emitiu um aviso severo sobre o futuro do seu país, no Fórum Económico de Davos, esta quarta-feira. "Se a Ucrânia falhar, a Eslováquia será a próxima", disse Eduard Heger a outros líderes.
"Eles (a Ucrânia) têm de ganhar", reiterou.
Heger continuou a criticar os membros da União Europeia por se manterem dependentes da energia russa e exortou os líderes a "deixarem de comprometer" os seus princípios quando lidam com a Rússia.
"Basicamente trocámos os nossos valores por gás e petróleo baratos durante demasiado tempo", apontou, citado pelo The Guardian. "O compromisso com Putin causou uma guerra na Ucrânia. Uma guerra agressiva, as pessoas estão a morrer".
Os ucranianos estão "a derramar o seu próprio sangue pelos nossos valores, por isso não temos de o fazer", disse Heger, que pediu ao bloco que trabalhasse com a Ucrânia e os Balcãs Ocidentais para que apresentassem "regras padronizadas para que pudessem aderir à UE".
A Ucrânia tem, nos últimos anos, aprofundado os seus laços económicos e políticos com a UE, e Kyiv tem manifestado o desejo de aderir. As nações dos Balcãs Ocidentais têm também procurado a adesão há vários anos.
A adesão demora geralmente vários anos, uma vez que as nações devem satisfazer critérios rigorosos de adesão antes de se envolverem em negociações.
Heger indicou que o seu país está perto de não precisar de abastecimentos russos, mas salientou que para isso precisa do apoio da União Europeia.
"Somos um país do interior e precisamos da mesma fiabilidade que os parceiros à nossa volta", declarou a um painel, enquanto orador no Fórum Económico Mundial de Davos.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU confirmou esta quarta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 91.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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[Notícia atualizada às 16h28]
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