Seis líderes da oposição presos no Chade iniciaram greve de fome
Os seis líderes da oposição presos no Chade após uma manifestação em 14 de maio contra a França, que acusam de apoiar a junta militar no poder, iniciaram hoje uma greve de fome, anunciaram fontes ligadas ao movimento.
© Reuters
Mundo Chade
A marcha de protesto, autorizada pelas autoridades na altura, foi manchada por incidentes. Sete estações de serviço pertencentes ao grupo petrolífero francês Total foram vandalizadas e 12 agentes da polícia feridos, segundo a polícia.
Max Loalngar, coordenador da principal coligação da oposição Wakit Tamma, que organizou o protesto, foi detido em 17 de maio, no dia seguinte à detenção de outros cinco líderes da aliança.
"Começaram uma greve da fome hoje de manhã e até à sua libertação", disse Alain Ndiliam, um dos advogados dos detidos. A informação foi confirmada à agência France-Presse por Michel Barka, porta-voz de Wakit Tamma.
Os seis foram acusados de "reunião causadora de desordem pública, ataque à integridade física das pessoas, fogo posto e destruição de bens" e transferidos de uma prisão em N'Djamena para uma em Moussoro, 300 quilómetros a noroeste da capital.
Wakit Tamma considera que foram erradamente presos por "atos de vandalismo" cometidos por outros à margem ou após a sua manifestação e exigiu a sua libertação incondicional. O seu julgamento deverá ter início em 06 de junho.
"Foi o sistema de justiça que os prendeu por factos concordantes, eles ainda são presumíveis inocentes, iniciarem uma greve de fome é seu direito absoluto e também uma pressão contra a justiça", comentou o porta-voz do Governo, Abderaman Koulamallah.
No sábado, os principais movimentos rebeldes exigiram também a sua "libertação imediata e incondicional", dizendo que estas detenções "não promovem um clima sereno para a continuação das negociações de paz" iniciadas há dois meses e meio, em Doha, entre os numerosos grupos armados chadianos e o governo.
Quando o Presidente Idriss Déby Itno foi morto na linha da frente contra os rebeldes, há mais de um ano, o seu filho, o general Mahamat Idriss Déby Itno, tomou as rédeas do país à frente de um grupo de 15 generais, que foram imediatamente apoiados pela comunidade internacional, liderada por Paris.
Prometeu eleições "livres e democráticas" no prazo de 18 meses após um "diálogo nacional inclusivo" que ainda não foi realizado.
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