Julgamento de acusados por atentados em Paris chega às alegações finais
Os advogados das vítimas dos ataques terroristas de novembro de 2015 em Paris iniciaram hoje no Tribunal de Paris as suas alegações finais, procurando sustentar a condenação dos 20 acusados por terrorismo.
© THOMAS SAMSON/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Bataclan
As alegações finais deste megaprocesso vão decorrer durante cerca de um mês, com os advogados das mais de 2.400 vítimas a terem organizadas as suas alegações finais em vários tópicos, desde a música como instrumento de terror, ao 'stress' pós-traumático ou à síndrome do sobrevivente sentido por quem saiu com vida deste atentado.
Em audiências que vão durar, pelo menos, até junho, intervirão cerca de 150 advogados dos mais de 300 que defendem as vítimas e as suas famílias, de forma a não repetirem perante os juízes os seus argumentos finais.
Os atentados de 2015 em Paris -- que visaram a sala de espetáculos Bataclan, as esplanadas ao 11º bairro e o Estádio de França - fizeram 130 mortos.
O tema das alegações finais desta segunda-feira foi "o mal" e o advogado Jean Reinhart disse que este ataque mostrou que "o mal se mostrou "de rajada" em novembro de 2015 em Paris e "chegou aos locais onde a paz reinava há muito tempo".
"Este processo permitiu-nos compreender que o terrorismo se alimenta do que é falso e arrasta os homens para pensamentos negros", afirmou Reinhart.
Os magistrados do Ministério Público vão pedir as condenações a partir de dia 08 junho, com os advogados de defesa, que representam os 20 acusados, a subirem à barra do tribunal para as suas alegações finais a partir de 13 de junho.
Os juízes vão começar a deliberar a 27 junho e a decisão deve ser conhecida a 29 de junho.
Questionado em tribunal a 15 de abril, Salah Abdeslam, o único dos autores dos ataques terroristas de 2015 que sobreviveu e principal acusado no julgamento do massacre, pediu desculpas às vítimas e suas famílias.
"Apresento as minhas condolências e as minhas desculpas a todas as vítimas", afirmou Abdeslam, entre lágrimas, no último dia de interrogatório no julgamento dos ataques.
"Sei que temos diferenças, sei que persiste um ódio entre vocês e eu. Sei que não vamos concordar, mas peço que me perdoem", afirmou, acrescentando: "Por favor, odeiem-me com moderação".
Abdeslam afirmou ter sido incumbido de detonar um cinto de explosivos num bar no 18º distrito de Paris, mas que desistiu de fazê-lo "pela humanidade".
Reconheceu perante um procurador que o acusou de ter levado três atacantes suicidas, que descreveu como "bombas humanas", ao Stade de France.
Abdeslam insistiu que foi incluído no grupo de atacantes dos atentados de 13 de novembro de 2015 no último momento e que sempre manifestou dúvidas, mas acabou por aceitar pressionado pelo irmão, Brahim, e por Abdelhamid Abaaoud, o mentor dos ataques, por quem disse que se sentiu "usado
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