A cidade de Grenoble, na região Rhône-Alpes, no sudeste da França, aprovou uma medida que está a gerar uma acesa discussão política em todo o país. Membros do conselho municipal aprovaram que mulheres muçulmanas possam usar burquínis em piscinas públicas. A votação foi renhida, mas a medida, do partido ambientalista, que lidera a autarquia, acabou por ser aprovada com 29 votos a favor, 27 contra e duas abstenções.
Contudo, a discussão atravessou as 'portas' da cidade, uma vez que o uso do burquíni gera debate em França desde 2016, com inúmeras tentativas para tentar banir o seu uso nas praias.
Segundo a imprensa internacional, o Ministério do Interior de França já declarou que irá bloquear a medida por considerar que esta contradiz as leis francesas e a “neutralidade” do serviço público. O ministro descreveu a medida como uma "provocação” que é “contrária” aos “valores” do país.
Também os opositores argumentam que o burquíni é um símbolo de opressão das mulheres e acusam o autarca de usar a medida para comprar votos. Já o presidente da região ameaçou retirar todo o financiamento à cidade.
Por sua vez, o autarca de Grenoble, Eric Piolle, defende que este debate é um “não problema”. O partido do autarca aludiu à “liberdade religiosa” que o Estado francês garante.
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