"Rússia é que precisa de ser desnazificada", diz ativista das Pussy Riot
Segundo a artista, os seus compatriotas também querem mudança, mas têm medo de ser 'atirados para trás das grades'.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
Após ter fugido de Moscovo, disfarçada de estafeta de entregas de comida, a vocalista da banda anti-Kremlin Pussy Riot, Maria Alyokhina, considerou, esta quinta-feira, que a Rússia é que precisa de ser desnazificada, não a Ucrânia, avança a Reuters. As declarações foram feitas à margem de um concerto contra a guerra da banda punk, em Berlim, na Alemanha.
A ativista adiantou que os russos terão de pensar nas consequências da guerra, considerando que, sem esse passo, “o país não tem o direito de existir – tal como a Alemanha após a II Guerra Mundial”, justificou.
“É a Rússia que precisa de ser desnazificada, não a Ucrânia”, lançou, referindo ainda que, a seu ver, o presidente russo, Vladimir Putin, assim como os generais e líderes do exército deveriam de ser julgados em tribunal.
Na quarta-feira, o New York Times avançou que a artista, que estava em prisão domiciliária devido à sua atitude interventiva para com a guerra, conseguiu abandonar o território russo, disfarçando-se de estafeta de entregas de comida. O objetivo seria passar despercebida perante a polícia de Moscovo, que tinha estado a vigiar o apartamento onde se encontrava hospedada, que pertencia a uma amiga. À Reuters, Alyokhina detalhou que a sua namorada comprou o uniforme através da Internet, saindo pela porta traseira do edifício.
“Fui para outro apartamento, [com pessoas interventivas], sem o meu telefone”, acrescentou.
Segundo a ativista, os seus compatriotas também querem mudança, mas têm medo de ser ‘atirados para trás das grades’.
“Muitas pessoas têm medo, porque agora enfrentamos penas de prisão de até 10 anos só por publicar fotos de Bucha”, explicou, enquanto ensaiava uma nova canção, escrita há duas semanas, contra a guerra “que Putin começou na Ucrânia”.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito que, segundo Moscovo, tem como objetivo a "desnazificação" da Ucrânia, já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da entidade.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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