A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou esta terça-feira que a missão de resgate a civis presos em Mariupol e na siderúrgica de Azovstal foi "um sucesso", depois de várias dificuldades em resgatar pessoas presas na cidade, cercada pelos russos desde o início da guerra.
A notícia surge numa altura em que a Rússia voltou a atacar a fábrica de Azovstal, numa tentativa de terminar com a resistência presente e tomar definitivamente a importante cidade de Mariupol
Através do Twitter, a coordenadora humanitária na Ucrânia, Osnat Lubrani, disse que as pessoas que a ONU resgatou contaram-lhe "histórias dolorosas do inferno que passaram".
I'm relieved to confirm that the safe passage operation from Mariupol has been successful.
— Osnat Lubrani (@OsnatLubrani) May 3, 2022
The people I travelled with told me heartbreaking stories of the hell they went through.
I'm thinking about the people who remain trapped. We will do all we can to assist them. pic.twitter.com/mEqTTKZKA8
A operação de resgate envolveu a ONU e a Cruz Vermelha, com a autorização tanto da Ucrânia como da Rússia. O objetivo foi dar prioridade ao resgate de mulheres e crianças.
Ainda assim, a Sky News acrescenta, citando as autoridades ucranianas, que cerca de 200 civis continuam retidos em Azovstal com as forças armadas ucranianas.
Entretanto, alguns dos refugiados de Mariupol já chegaram a Zaporizhzhia, após uma viagem difícil que durou dias, e estão a ser assistidos por funcionários e voluntários da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo as autoridades lá presentes, algumas pessoas chegaram com vários ferimentos e problemas psicológicos.
A cidade de Mariupol continua a aguentar um cerco terrível, que dura desde o início da guerra, no final de fevereiro. Mariupol é um dos principais objetivos da Rússia que, assim, poderia criar um corredor terrestre entre a região ocupada da Crimeia e o seu território nacional.
Segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a guerra na Ucrânia já fez mais de 3.100 mortos entre a população civil. No entanto, a ONU alerta que o número real de mortos poderá ser muito superior depois de contabilizadas as baixas em cidades sitiadas e controladas pelos russos.
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