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Holanda vai suspender compras de gás, petróleo e carvão à Rússia

O governo holandês anunciou hoje que pretende suspender todas as compras de gás, petróleo e carvão à Rússia no final deste ano, por causa da guerra, e até lá trabalhar para encher instalações de armazenamento para o próximo inverno.

Holanda vai suspender compras de gás, petróleo e carvão à Rússia
Notícias ao Minuto

23:10 - 22/04/22 por Lusa

Mundo Rússia/Ucrânia

"Estamos no meio de uma guerra e temos de intervir" afirmou o ministro holandês da Energia, Rob Jettene, salientando que, no ano passado, a empresa de gás russa Gazprom não reabasteceu suficientemente os stocks na Holanda.

"Todos nós suspeitamos que a Rússia não fez isso por causa da dependência da Europa do gás e da guerra que estava a planear com a Ucrânia", acrescentou.

Cerca de 15 por cento do gás consumido na Holanda vem da Rússia.

A meta para o final deste ano é encher o máximo possível as instalações de armazenamento de gás para o próximo inverno porque, disse o ministro, sublinhando que os preços dispararam em 2022 devido à falta de abastecimento e o governo holandês foi forçado a criar um sistema de compensação para os consumidores, algo que vai procurar evitar no futuro.

As empresas de energia vão fazer uma compra acelerada de gás adicional e o Executivo prometeu-lhes incentivos para as ajudar a garantir os fornecimentos de gás, cujo preço hoje é muito alto, e para evitar que tenham prejuízos, mas levando também em conta o cenário de que o preço pode baixar antes do próximo inverno.

Além das empresas de energia, a estatal Energie Beheer Nederland (EBN) também trabalhará para garantir o armazenamento de gás nas instalações de Bergermeer, na Holanda do Norte, em pelo menos 70% de sua capacidade.

A Holanda vai investir no armazenamento de gás natural liquefeito nos portos de Roterdão e Eemshaven (Groningen), o que lhe permitirá aumentar as importações deste gás também para outros países europeus, contribuindo para reduzir a sua dependência do gás russo.

O Governo neerlandês concordou, no Conselho de Ministros de hoje, em reservar cerca de 623 milhões de euros para isso e um imposto sobre o combustível poderá ser usado para cobrir esses custos, embora a economia de energia e um foco crescente na sustentabilidade também façam parte do projeto de redução da dependência de combustíveis fósseis.

Com esses planos combinados, será possível "substituir todo o abastecimento de gás russo" até o final deste ano, destacou Jetten.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Petróleo e gás natural? "Queremos usá-los o menos possível", diz ministro

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