A Assembleia nacional vai reunir-se no sábado para decidir o destino de Imran Khan, no poder desde 2018, que deve perder a confiança dos deputados, tendo a oposição anunciado já que reúne a maioria dos votos nesse sentido.
"Estou desiludido com a decisão do Supremo Tribunal, mas quero deixar claro que respeito o Tribunal e o sistema de justiça paquistanês", disse o antigo jogador de críquete, no início de um discurso de 40 minutos onde atacou, também, os dois principais partidos da oposição, a Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N) e o Partido Popular do Paquistão (PPP).
"Aceito a sentença", declarou o governante, lamentando que a mais alta instância de justiça do país não tenha levado em conta as suas acusações de "ingerência", feitas contra os Estados Unidos, que acusa de o tentarem derrubar, com a cumplicidade da oposição.
Segundo Khan, os EUA, já influenciados pelas suas insistentes críticas à política norte-americana no Iraque e no Afeganistão, sentiram-se atingidos pela sua visita a Moscovo, no mesmo dia em que se desencadeou a invasão da Rússia à Ucrânia, uma acusação já negada por Washington.
"De forma alguma aceitarei esse Governo importado", prosseguiu Imran Khan, reconhecendo, implicitamente, que perdeu o 'jogo' e convocando os apoiantes do seu partido, o Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI, Movimento do Paquistão pela justiça) a manifestarem-se no domingo.
Imran Khan pensava ter conseguido que a moção de censura contra o seu Governo não fosse votada e evitado que a Assembleia fosse dissolvida, o que abriria o caminho para eleições antecipadas dentro de três meses.
Porém, o Supremo Tribunal decidiu na quinta-feira que a manobra orquestrada pelo primeiro-ministro e seus aliados é anticonstitucional, cancelou a dissolução e ordenou que a Assembleia vote a moção de censura no sábado.
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