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UE e Reino Unido avançam com sanções contra filhas de Putin

A UE proibiu Maria Vorontsova, de 36 anos, e Katerina Tikhonova, de 35, de viajar no espaço europeu e congelou os seus bens.

UE e Reino Unido avançam com sanções contra filhas de Putin
Notícias ao Minuto

11:52 - 08/04/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

A União Europeia (UE) e o Reino Unido vão incluir as filhas do presidente da Rússia, Vladimir Putin, nas respectivas listas de sanções devido à invasão russa da Ucrânia. 

Segundo o jornal britânico The Independent, que cita fontes oficiais, a UE proibiu Maria Vorontsova, de 36 anos, e Katerina Tikhonova, de 35, de viajar no espaço europeu e congelou os seus bens - à semelhança das 217 pessoas e das 18 entidades adicionadas a esta lista publicada no jornal oficial da UE.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico disse ainda que as filhas de Putin, e Yekaterina Sergeyevna Vinokurova, filha de Lavrov, vão ficar proibidas de entrar em território britânico e terão bens congelados.

A mais velha, Maria Vorontsova, foi visada pelo seu papel na Nomenko, uma importante empresa de projetos de investimento no setor da saúde que procura "fontes substanciais de lucros" no Governo russo, precisa o jornal oficial.

A irmã mais nova, Katerina Tikhonova, dirige um fundo de apoio a jovens cientistas criado por empresas cujos dirigentes "são membros do círculo próximo de oligarcas" do presidente russo, de acordo com a mesma fonte.

Este quinto pacote de sanções da UE impõe também medidas económicas, em especial um embargo ao carvão russo a partir de agosto próximo e o encerramento dos portos europeus às embarcações com pavilhão russo.

As aquisições de carvão pela UE representam um montante de oito mil milhões de euros por ano, uma soma muito inferior às compras de gás e de petróleo.

O novo pacote de sanções foi decidido após a descoberta de centenas de cadáveres de civis, no fim de semana passado, na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kyiv, após a retirada das forças russas. Os cadáveres estavam amontoados pelas ruas e em valas comuns, com sinais de terem sido vítimas de tortura e execução.

As imagens desencadearam uma onda de choque mundial e acusações de "crimes de guerra" a Moscovo.

Empresários próximos de Putin, como Oleg Deripaska, Boris e Igor Rotenberg - irmão e filho do multimilionário Arkadi Rotenberg - e German Gref, presidente do principal banco russo, o Sberbank, foram adicionados à lista europeia devido ao seu apoio a ações "que ameaçam a integridade territorial" da Ucrânia, sublinhou a UE.

Os Vinte e Sete sancionaram igualmente diversos responsáveis de órgãos de comunicação social pró-Kremlin, como os diretores da agência TASS, Serguei Mikhailov, e do Komsomolskaia Pravda, Vladimir Sungorkin, descrito por Putin como o seu "jornal preferido".

Todos os membros dos governos e dos parlamentos (179) das repúblicas separatistas pró-russas de Lugansk e Donetsk foram também incluídos na lista.

Quatro bancos - VTB, o segundo maior da Rússia, Bank Otkritie, Novikombank (filial do Rostec) e Sovcombank -, representando 23% do mercado bancário russo, viram igualmente os seus bens congelados, depois de terem sido excluídos do sistema financeiro internacional Swift.

Entre as entidades visadas pelas sanções, a UE inscreveu ainda uma empresa de Oleg Deripaska que produz veículos anfíbios para o exército.

Esta lista, criada em 2014, após a anexação russa da Crimeia, contém agora os nomes de 1.091 pessoas e 80 entidades.

A medida vem alinhar o Reino Unido com os EUA e a União Europeia no "ataque aos estilos de vida luxuosos do círculo íntimo do Kremlin".

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o Reino Unido já aplicou sanções a mais de 1.200 pessoas e empresas, incluindo 76 oligarcas e 16 bancos com um património líquido global de 150.000 milhões de libras (180.000 milhões de euros) e 500.000 milhões de libras (600.000 milhões de euros), respetivamente.

A lista de russos sob sanções britânicas inclui também vários políticos e familiares, nomeadamente Polina Kovaleva, enteada de Serguei Lavrov.

O Governo britânico alega que a estratégia coordenada entre os países ocidentais já está a ter "consequências profundas e prejudiciais para a capacidade de Putin de continuar a guerra, com 275.000 milhões de libras (330.000 milhões de euros), cerca de 60% das reservas russas em moeda estrangeira, atualmente congeladas".

Além de uma depressão económica profunda em 2022 e uma inflação galopante, a longo prazo "as previsões sugerem um impacto económico prolongado", com um declínio económico resultante da falta de acesso à tecnologia e financiamento internacional", refere o Ministério num comunicado. 

O Governo britânico acredita que a indústria de defesa russa está a ser afetada, dificultando a produção de tanques e drones para substituir o equipamento perdido pelas forças russas na Ucrânia. 

Mesmo assim, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, defendeu hoje ser necessário "fazer mais", nomeadamente o fim do uso do uso da energia russa, "atingindo a capacidade de Putin de financiar a invasão ilegal e injustificada da Ucrânia".

"Juntos, estamos a estrangular a máquina de guerra da Rússia, cortando as fontes de dinheiro de Putin", disse, citada no comunicado. 

A questão da redução da dependência europeia do petróleo, gás e carvão russos deverá ser tema de discussão na visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Londres, onde será recebido esta tarde pelo homólogo britânico, Boris Johnson. 

Na quarta-feira, um oficial da administração dos EUA anunciou que o país vai sancionar as duas filhas do presidente russo e ainda a mulher e a filha de Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Já ontem, os 27 Estados-membros da UE decidiram impor um embargo ao carvão russo e o encerramento de portos europeus, como parte da quinta ronda de sanções contra Moscovo.

Assinala-se, esta sexta-feira, o 44.º dia da invasão russa da Ucrânia. Pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, morreram e 2.227 ficaram feridos desde o início da ofensiva militar na Ucrânia, segundo dados confirmados pela ONU. Mais de 11 milhões de pessoas já abandonaram o país, 4,3 milhões dos quais fugiram para países vizinhos.

[Notícia atualizada às 22h44]

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