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Brasil justifica abstenção na ONU: "Comissão deve completar investigação"

O Brasil justificou a abstenção na resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos porque entende que se deve esperar pelas conclusões da comissão de inquérito criada anteriormente sobre os crimes de guerra cometidos na Ucrânia.

Brasil justifica abstenção na ONU: "Comissão deve completar investigação"
Notícias ao Minuto

19:33 - 07/04/22 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

"O Brasil decidiu abster-se pois acredita que a comissão deve completar a investigação para que as responsabilidades possam ser estabelecidas", afirmou o embaixador brasileiro nas Nações Unidas, Ronaldo Costa Filho, ao anunciar a intenção de voto, segundo o portal Uol Notícias.

Para o Brasil o importante é que não se tomem medidas que possam minar um possível diálogo para pôr fim à guerra.

Durante o discurso, o embaixador brasileiro apelou ainda à contribuição de todos os países na comissão criada em março para que a "Assembleia possa refletir e tomar uma decisão responsável sobre a permanência da Rússia no Conselho".

"O Brasil está comprometido em encontrar formas de cessar as hostilidades imediatamente, promover um diálogo real em busca de uma solução sustentável e pacífica, garantindo respeito pelos direitos humanos e pelo direito humanitário", disse.

Ainda assim, na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, emitiu uma nota, na qual indica que "recebeu, com grande consternação, as notícias e imagens de violência contra civis e de elevado número de mortos, muitos dos quais com sinais de tortura e maus-tratos, na localidade de Bucha, na Ucrânia".

"Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece plenamente engajado nas discussões com vista à imediata cessação das hostilidades e à promoção de diálogo conducente a solução pacífica e duradoura, em consonância com a tradição diplomática brasileira, a Carta das Nações Unidas e o Direito internacional", sublinhou.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou hoje, por 93 votos a favor, uma resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra humanidade na Ucrânia.

A resolução, apresentada pelos Estados Unidos (EUA) obteve 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções entre os 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

Votaram contra o texto países como a Rússia, Bielorrússia, China, Cuba, Síria, Coreia do Norte, Nicarágua ou Irão, e entre os países que se abstiveram estão Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Índia ou México.

Dos países lusófonos, apenas Portugal e Timor-Leste votaram a favor e o voto de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial não foram registados, segundo o placar da votação apresentado na Assembleia-Geral.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Rússia suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU

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