Deputada acusa soldados russos de violar e assediar mulheres ucranianas
As acusações contra as forças russas quanto a este tipo de crime em solo ucraniano acumulam-se.
© Getty
Mundo Ucrânia/Rússia
A deputada ucraniana Maria Mezentseva acusou os soldados russos de violar e de assediar as mulheres ucranianas no decorrer da invasão, assegurando que a Ucrânia “não ficará em silêncio” perante estes crimes de guerra.
Em declarações à Sky News, a líder da delegação permanente da Ucrânia na assembleia parlamentar do Conselho da Europa apontou como exemplo o caso sob investigação por parte do Ministério Público da Ucrânia, no qual um soldado russo terá violado uma mulher repetidamente à frente do seu filho menor, após ter invadido a casa onde vivia e morto o seu marido, na capital ucraniana.
“Há um caso que tem sido muito discutido recentemente porque foi registado e [o Ministério Público abriu uma investigação], e não entraremos em detalhes, mas é um cenário muito assustador quando um civil é morto na sua casa numa pequena região próxima de Kyiv”, referiu.
“A sua mulher foi – e peço desculpa mas tenho de o dizer – violada repetidamente em frente ao seu filho menor”, disse, adiantando que o soldado terá ameaçado a criança após o ataque.
Segundo a deputada, há muitos mais casos como este, ainda não reportados, esperando que o Reino Unido possa dar ferramentas à Ucrânia de como ajudar as vítimas após os ataques.
“Há muitas mais vítimas do que as deste caso, que foi tornado público pela procuradoria-geral", recordou. “E, claro, estamos à espera de muitos mais casos, que serão públicos quando as vítimas estiverem prontas para falar sobre o assunto.”
Acima de tudo, Mezentseva reforçou que o país “não ficará em silêncio”.
Também a deputada ucraniana Lesia Vasylenko denunciou ataques semelhantes perante o parlamento britânico, no início de março.
“Temos informações de mulheres que foram violadas em grupo. Estas mulheres são, normalmente, aquelas que não conseguem sair. Estamos a falar de cidadãs idosas. A maioria destas mulheres foi executada depois do crime, ou acabou com a própria vida”, apontou, citada pelo The Guardian.
Por sua vez, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, afirmou, no início do mês, que são "muitos" os casos "de soldados russos a violar mulheres em cidades ocupadas".
Recorde-se que a Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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