Espanha e França reforçam apoio à Ucrânia e combate ao terrorismo
Madrid, 28 mar 2022 (Lusa) -- As ministras da Defesa espanhola e francesa assinaram hoje uma declaração conjunta na qual se comprometeram a reforçar o apoio na Ucrânia e lutar contra o avanço do terrorismo 'jihadista' na região africana do Sahel.
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Mundo Ucrânia
O documento foi assinado durante a sessão plenária do Conselho Hispano-Francês de Segurança e Defesa realizado hoje na capital espanhola, Madrid, após nove anos de hiato e onde se destacaram as boas relações entre os dois países.
Numa conferência de imprensa, a ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles, sublinhou que ambos os países demonstraram o seu "pleno apoio à Ucrânia e a condenação do que a Rússia está a fazer com os massacres do seu Presidente, Vladimir Putin".
Nesse sentido, Margarita Robles salientou que hoje chegou à Ucrânia um avião enviado pelo Ministério da Defesa espanhol com material defensivo e na terça-feira será enviado outro com uma ambulância blindada e material médico, regressando a Espanha com refugiados.
Também, outro avião da Força Aérea com 85 órfãos ucranianos chegaria hoje ao final da tarde à base aérea de Torrejón de Ardoz (Madrid).
A governante espanhola avisou que o texto assinado é "um alerta a Putin de que não irá conseguir [vencer] com os valores da União Europeia (UE) e da NATO", expressando que Espanha e França concordaram que deve se investir mais na defesa com projetos comuns, como a futura plataforma europeia de combate aéreo (FCAS) e apostar na indústria europeia.
Margarida Robles destacou que Espanha investiu 13.000 milhões de euros nos últimos três anos e meio para programas a serem desenvolvidos pela indústria de defesa.
A ministra explicou ainda que foi assinado o compromisso de continuar a colaborar contra o terrorismo 'jihadista' no Sahel e em qualquer outro lugar no mundo, bem com na "presença marítima coordenada" e, nesse sentido, manifestaram a sua preocupação com o que pode acontecer em áreas do Oceano Índico, no mar Mediterrâneo e do Golfo da Guiné.
A este respeito, a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, salientou que a França, tal como outros parceiros europeus, esteve presente no Mali para combater o terrorismo com operações bem-sucedidas com a neutralização dos líderes da Al-Qaeda e do Estado Islâmico naquele território.
Florence Parly acrescentou que está agora numa fase de retirada que culminará no verão, "pela decisão de grupos malianos que chegaram ao poder após dois golpes de Estado apoiados por grupos de mercenários", mas esclareceu que França está a tentar enviar tropas para outros lugares do Sahel para continuar a lutar contra o terrorismo.
A governante francesa agradeceu às Forças Armadas espanholas pelo trabalho nas missões.
Por sua vez, Margarida Robles disse que a presença espanhola no Mali faz parte de uma missão europeia que está a ser analisada pela UE e que Espanha vai ser o que for decidido entre os 27 Estados-membros.
No entanto, a ministra da Defesa espanhola mostrou todo o seu respeito pela decisão da França e prestou homenagem aos mais de 50 soldados franceses mortos no Mali.
"A França pagou um preço elevado", comentou.
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