Em competição, estão os candidatos das duas formações que protagonizam o bipartidarismo maltês: o atual primeiro-ministro, Robert Abela, do Partido Trabalhista (PT, centro-esquerda), e Bernard Grech, do Partido Nacionalista (PN, centro-direita).
As últimas sondagens apontam para a continuidade dos trabalhistas no Governo, com 53,3% das intenções de voto, contra 44,7% para os nacionalistas, embora, por exemplo, a do jornal digital Malta Today tenha sublinhado que, a dois dias do escrutínio, havia ainda 24,8% de eleitores indecisos.
Este ato eleitoral no país mais pequeno da UE servirá para encerrar uma legislatura iniciada em 2017 e abalada, a 16 de outubro daquele ano, pelo assassínio da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, que investigava a corrupção nas mais altas esferas do poder, com uma bomba na sua viatura, que chocou a opinião pública internacional.
O crime desencadeou a queda do Governo do anterior primeiro-ministro, Joseph Muscat, também trabalhista e que tinha obtido vitórias esmagadoras em 2013 e 2017, a última em eleições antecipadas devido a um escândalo de corrupção.
O político maltês teve de demitir-se, com a imagem manchada pela prisão do magnata Yorgen Fenech que, acusado de ser o cérebro do homicídio da jornalista de investigação, implicou várias figuras-chave do Governo de Muscat.
Após esse terramoto político, Robert Abela, advogado e político de 44 anos, tornou-se primeiro-ministro e teve de gerir o país durante a pandemia de covid-19, que atingiu gravemente o setor do turismo, responsável por um quarto do Produto Interno Bruto (PIB).
O seu adversário, Bernard Grech, também advogado de formação, de 50 anos, declarou que em caso de derrota tentará ser reeleito como líder do Partido Nacionalista, que não governa o país há uma década.
Durante a legislatura que agora termina, em julho de 2017, a católica ilha de Malta aprovou o casamento homossexual e, em dezembro do ano passado, tornou-se o primeiro país europeu a legalizar a compra e o cultivo de canábis.
O país mediterrânico, recentemente incluído na "Lista Cinzenta" pelo Grupo de Ação Financeira sobre países "não-confiáveis" em matéria de branqueamento de capitais, tem sido um destino habitual de oligarcas e milionários russos.
No entanto, o Governo maltês suspendeu a concessão dos chamados "vistos gold" (ou "passaportes dourados"), que eram emitidos a empresários que investissem uma determinada quantia no país, como medida de retaliação pela recente invasão russa da Ucrânia.
O ministro da Economia maltês, Clyde Caruana, expressou recentemente preocupação com o impacto económico em Malta das sanções impostas à Rússia, após dois anos de pandemia.
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